"Fico chocado". Foi a expressão que Pedro Passos Coelho escolheu, na Guarda, para criticar a indisponibilidade do líder do PS para discutir a reforma da Segurança Social.
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"Mesmo sabendo que estamos em campanha eleitoral, fico chocado por ver alguém que é candidato a primeiro-ministro, que diz que quer ser primeiro-ministro, não ter essa disponibilidade e humildade de pensar no país", disse o presidente do PSD, no final de um almoço com mais de 1300 pessoas.
Havendo necessidade de reformar o sistema nacional de pensões e sendo este um tema "da máxima importância", Passos Coelho reiterou a ideia de que, ganhe ou perca as eleições de 4 de Outubro, estará disponível para encontrar com o PS instrumentos de financiamento.
"Não deve ser uma coisa tão difícil assim, porque o PS, no seu estudo eleitoral, prevê várias formas de financiamento para a Segurança Social que totalizam muito mais do que 600 milhões", disse ainda o candidato da coligação PSD/CDS, preocupado com a redução da TSU proposta pelos socialistas. "Há muitas propostas que não estão bem explicadas", por isso, convém que "explique com transparência o que quer", concluiu o líder do PSD.
A ironia e crítica direta a António Costa fizeram parte da estratégia do dia, com o deputado europeu Nuno Melo a fazer a maior despesa. No final da visita à multinacional Coficab, que emprega 450 trabalhadores, Melo desafiou Costa a explicar como vai poupar 1020 milhões nas prestações sociais como afirmou no debate de quinta-feira. "O número é demasiado preciso para não ter havido contas prévias mas, 24 horas após o debate, ainda não explicou que cortes vai fazer para conseguir essa poupança", afirmou o vice-presidente do CDS.