O candidato presidencial Paulo de Morais defendeu que Bruxelas não tem que interferir no Orçamento do Estado português, afirmando que Portugal é uma república soberana.
Corpo do artigo
"Bruxelas não tem que interferir no Orçamento do Estado. O artigo 1.º da Constituição diz que Portugal é uma república soberana, baseada na dignidade da pessoa humana. Portanto, uma República soberana apenas tem que fazer o que o seu parlamento entender", declarou o candidato, após questionado pelos jornalistas sobre se o preocupa a reação da Comissão Europeia ao projeto de OE2016 que o Governo PS pretende entregar.
Paulo de Morais admitiu que Portugal precisa de "cumprir os compromissos internacionais e de manter as contas públicas em ordem", mas apontou uma solução: "bastaria apenas baixar enormemente aquilo que se paga às parcerias público-privadas [PPP]".
"E espero bem que o primeiro-ministro, de uma vez por todas, reduza para metade aquilo que se gasta em PPP, nomeadamente rodoviárias, que hoje garantem aos concessionários rentabilidades anuais de mais de 20% ao ano sem qualquer risco. Isto tem que acabar", defendeu.
O candidato falava aos jornalistas à margem de uma ação de rua, na zona das Amoreiras, Lisboa, onde entregou panfletos com os "compromissos para o mandato" aos taxistas que se encontravam na praça de táxis.
Debaixo de chuva miudinha, o candidato cumprimentou ainda algumas pessoas na paragem de autocarro e alguns transeuntes, pedindo que votem em si se concordarem com as suas ideias, mas que não deixem de participar no ato eleitoral de domingo.
Paulo de Morais disse esperar "um excelente resultado" nas eleições presidenciais e reclamou vitória, considerando que marcou os temas da campanha: "o combate à corrupção, agora todos os candidatos falam disso. E o segundo tema é os poderes constitucionais. Eu pergunto, do que é que eles andariam a falar se eu não tivesse sido candidato? Essa vitória já ninguém nos tira".
Quanto às relações com o Governo, enquanto Presidente da República, Paulo de Morais afirmou que "estará tudo bem" caso as promessas eleitorais sejam cumpridas.
"O partido que está no Governo manter-se-á comigo no Governo se tiver apoio parlamentar, se não propuser medidas inconstitucionais e se mantiver o respeito pelas suas promessas eleitorais, sejam elas quais forem, a não ser num ou outro caso excecional", disse.
Paulo de Morais reiterou que, "no caso de não ir à segunda volta, iria votar em branco", argumentando que "os outros são todos candidatos reféns de interesses partidários", declarou.
A gratuitidade dos livros escolares no ensino básico, o fim das isenções de impostos para os fundos imobiliários e a redução de despesas com as parcerias público-privadas foram os "compromissos" assumidos pelo candidato presidencial.