O secretário-geral do PCP quer que o Governo atue com "pedagogia" no combate à covid-19 e que adote medidas "proporcionais". Jerónimo de Sousa considerou que uma atuação excessivamente rígida pode transformar um problema de saúde "num caso de polícia".
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"Exagerar nessas medidas, pensar que se resolve como um problema securitário... Assim não resolvemos o problema", disse esta sexta-feira o líder comunista, à saída de uma reunião com o primeiro-ministro, em São Bento, na qual foi discutida a resposta a dar à pandemia.
"É essa pedagogia [necessária] para que o povo compreenda o sentido. Não é procurar de forma fácil uma medida securitária, designadamente de confinamento das pessoas, com toda a paralisação da atividade económica e do plano social", avisou Jerónimo, ao cabo de mais de uma hora de reunião com António Costa.
O secretário-geral do PCP defendeu ainda que as medidas a anunciar pelo Governo no sábado "são inseparáveis" de medidas de reforço do Serviços Nacional de Saúde (SNS), dizendo discordar de uma requisição civil dos privados se tal significar desvalorizar o sistema público. "Não transformemos um problema de saúde num problema policial", insistiu.
Jerónimo de Sousa foi o terceiro líder partidário a ser recebido em São Bento, num dia em que António Costa ouve todos os nove os partidos com representação parlamentar para procurar um consenso para a adoção de medidas imediatas de combate à pandemia, que tem registado um continuado aumento em Portugal.
As medidas a tomar pelo Governo serão depois anunciadas por António Costa, no sábado, no final de uma reunião do Conselho de Ministros extraordinária.