O PCP quer que o Estado contrate 30 vigilantes da natureza no imediato, apelando a que se defina um plano "de curto, médio e longo prazo" para o reforço do número destes profissionais. No projeto de resolução que entregaram esta sexta-feira no Parlamento, os comunistas referem que o país só tem 20% dos vigilantes de que necessita.
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Ao JN, o deputado Bruno Dias revelou que o objetivo é contratar o número adequado de profissionais no horizonte de uma legislatura, além de também proceder à valorização das carreiras.
Por ser necessário agir "de forma estruturada", Bruno Dias realçou que o PCP "não tem a veleidade" de querer dar uma resposta ao problema do número de efetivos "numa questão de meses". À contratação imediata de 30 vigilantes deverão, por isso, seguir-se novos recrutamentos nos próximos anos, a um ritmo "nunca inferior" ao que o partido quer para 2022.
O projeto, entregue no último dia útil antes do Dia Mundial do Vigilante da Natureza (que se assinala no domingo), propõe a revisão da carreira e a formação contínua dos profissionais do setor. O objetivo é aumentar a capacidade de resposta "à complexidade crescente dos desafios ambientais".
O PCP denuncia também a "carência de pessoal" no Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Segundo o partido, este organismo tem 1312 técnicos para acompanhar 740 mil hectares de áreas protegidas, o que significa "um rácio de mais de 560 hectares por técnico.
Os comunistas alegam ainda que "a desresponsabilização do Estado deixa o capital de mãos livres para a apropriação de recursos naturais e para a sua mercantilização". Nesse sentido, Bruno Dias desafiou o PS a ir além "das palavras e proclamações" e a aceitar soluções "não são só pedidas pelo PCP", mas também por várias associações do sector.