O PCP anunciou, esta terça-feira, no Parlamento, que vai apresentar, ainda esta terça-feira, uma proposta para a nacionalização do Novo Banco e "a sua manutenção na esfera pública".
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Segundo o deputado comunista Miguel Tiago, se o Estado "pagou por ele, deve integrá-lo no sistema público bancário". O antigo Banco Espírito de Santo (BES) já custou ao Estado pelo menos 4.685 milhões de euros.
"Consideramos que é absolutamente fundamental [esta medida]. Já que pagámos o banco, pelo menos que fiquemos com ele. Que o estado português não acabe a pagar um banco e depois o entregue a preço de saldo para que alguém fique com ele", salientou, durante o debate do Orçamento de Estado, em que o ministro das Finanças respondia às questões das bancadas parlamentares.
"Ao longo dos últimos anos, são cada vez mais as fatias do Orçamento de Estado que são afetas aos problemas da banca", sustentou Manuel Tiago. "Cada vez é maior o esforço para fazer aos desmandos dos bancos", disse.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, não reagiu ao anúncio, limitando-se a dizer que o "Governo prepara-se para lançar um debate sobre o sistema financeiro para encontrar" respostas para os problemas que têm varrido o setor.
Refira-se que o Estado já desembolsou quase 14 mil milhões de euros em apoios ao sistema bancário desde 2008, incluindo a resolução do Banif, de acordo com o Tribunal de Contas.
Mário somente respondeu às questões de Miguel Tiago sobre a necessidade de capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
O comunista questionou sobre a necessidade de "cabimento orçamental para uma capitalização" do banco público, "que tem vindo a ser gerido muito mais ao sabor das necessidades e interesses financeiros privados".
Centeno disse que irá ocorrer a "resolução dos problemas estruturais da Caixa Geral de Depósitos, com enorme sentido de responsabilidade".