Pedro Nuno acusa Montenegro de mentir com "um dos maiores" aumentos dos combustíveis
Pedro Nuno Santos voltou este sábado a acusar o primeiro-ministro de “mentir” em relação ao não aumento de impostos, responsabilizando Luís Montenegro por um dos “maiores aumentos dos combustíveis dos últimos anos”, que se refletirá no bolso dos portugueses a partir de segunda-feira.
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O secretário-geral do Partido Socialista (PS) falava em Ponte da Barca num jantar de apresentação dos candidatos do Alto Minho às eleições autárquicas. Considerou que o aumento do imposto sobre os combustíveis, decidido pelo Governo e a vigorar desde 1 de janeiro, contraria a promessa feita pelo executivo de Luís Montenegro de que o Orçamento do Estado (OE) para 2025 seria “o primeiro da história sem aumentos de impostos”.
As críticas ao executivo do PSD passaram também pela “instabilidade” que este tem provocado no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que se estende às Unidades Locais de Saúde (ULS) de todo o país. Depois de, durante o dia, ter declarado que o SNS já conta “três diretores executivos” e “já vamos no terceiro presidente do INEM”, também acusou Montenegro de colocar “autarcas em final de mandato” nas administrações das ULS.
“A instabilidade é uma das marcas deste Governo na Saúde”, declarou Pedro Nuno Santos. “Quando nós vamos ver o currículo e a experiência de quem está para ser nomeado, vemos que são autarcas em final de mandato do PSD em todas as Unidades Locais de Saúde do país. A preocupação não foi resolver os problemas. A preocupação foi garantir que os seus autarcas saíam antes do final de mandato para preparar o próximo. O que fizeram foi gerar instabilidade no SNS”, sublinhou.
No que toca aos impostos, o líder socialista lembrou que “o primeiro-ministro disse repetidamente no ano passado que o Orçamento do Estado para 2025 era o primeiro Orçamento do Estado da história sem aumentos de impostos". E "chegou ao Natal, faz uma mensagem aos portugueses e repete: em 2025 não vai haver aumento de nenhum imposto. Mas bastou só chegar ao dia 1 de janeiro” e os portugueses vão sentir esse aumento “na segunda-feira quando forem atestar o automóvel”.
“Foi no dia 1 de janeiro que foi publicada a portaria que aumenta o imposto sobre os produtos petrolíferos”, salientou o líder socialista, “não bastaram seis dias para que aquele anúncio, aquela afirmação passasse a ser uma das mentiras que marca este Governo e o atual primeiro-ministro”.
“Nós precisamos de acreditar em quem nos governa, precisamos que se cumpra aquilo que se diz. Segunda-feira, os portugueses vão trabalhar, se não encherem o depósito antes, vão encher o depósito mais caro, com um dos aumentos maiores dos últimos anos”, disse. “Na maioria esmagadora do nosso território a maioria do povo português não sabe, infelizmente, o que é um transporte público. E quando nós carregamos nos impostos sobre os combustíveis, estamos a carregar no rendimento de quem trabalha”, apontou.
A partir de segunda-feira, o gasóleo vai custar aproximadamente mais 5,5 cêntimos por litro, enquanto o valor da gasolina ficará três cêntimos mais caro, de acordo com as previsões do Automóvel Club de Portugal (ACP).
No início do discurso na noite de apresentação dos dez candidatos às câmaras do distrito de Viana do Castelo, Pedro Nuno Santos afirmou que o PS é “o partido que governa mais autarquias em Portugal” e enalteceu “a capacidade de ouvir” e “a proximidade dos autarcas socialistas ao povo”. “É o que nos distingue”, disse, dedicando palavras ao antigo presidente da Câmara de Ponte da Barca, Vassalo Abreu, que após ter cumprido três mandatos entre 2005 e 2017, volta agora a candidatar-se.
“O Vassalo depois da vida toda, não tinha que se incomodar”, afirmou, destacando “a experiência, capacidade de liderança e visão” do antigo autarca.