O líder do PS prometeu, este domingo, que até 2028, o salário mínimo nacional deverá atingir, “pelo menos, os mil euros”.
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“Uma das preocupações da grande maioria dos portugueses está no baixo nível dos seus salários. O país avançou muito nos últimos oito anos, mas temos consciência de que há muito para fazer”, começou por admitir Pedro Nuno Santos, no seu discurso de encerramento do congresso socialista.
Lembrando que o governo de António Costa havia definido como meta do aumento do salário mínimo nacional (SMN) passar dos atuais 820 para 900 euros até 2026, Pedro Nuno Santos foi mais além e comprometeu-se com um novo objetivo.
“Nós propomos que, no final da próxima legislatura, em 2028, o salário mínimo atinja, pelo menos, os mil euros”, anunciou.
O secretário-geral do PS considerou que, também deve de ser revisto o acordo de rendimentos recentemente negociado em concertação social, “de modo a que, ao aumento do salário mínimo possa estar associado o aumento dos salários médios”.
Já quanto às pensões, Pedro Nuno Santos vincou que serão cumpridos os aumentos já previstos, "garantindo uma subida mínima para as pensões mais baixas". Mas não se comprometeu com qualquer aumento adicional, como anunciou Luís Montenegro a propósito do complemento solidário para idoso. "Ao contrário do PSD, nós confiamos no sistema público de pensões. Não o queremos desmantelar, privatizar ou plafonar", atacou o líder socialista.
O secretário-geral admite alterar as fontes de financiamento da Segurança Social, mudar o modelo de atualização das rendas e aumentar os salários de quem entra na carreira docente.
Acusando a Direita de considerar um "pesadelo" ter que decidir, Pedro Nuno Santos defendeu que o País tem que avançar, em áreas como a alta velocidade. "A verdade é que não podemos esperar. Portugal não pode esperar. Queremos decidir, queremos avançar. Decidir é resolver os problemas", sustentou.
Em contraponto, o líder socialista prometeu que, se formar Governo, seguirá um rumo disciplinado, sem ruturas, mas com decisão. "Estabilidade não é inércia, não é paralisia, não é indecisão", advertiu.
Num discurso ouvido pelos ex-líderes do partido, António Costa e Eduardo Ferro Rodrigues, o novo secretário-geral arrancou e terminou a falar nas comemorações do 50º aniversário do 25 de Abril para defender a necessidade de se combater os extremismos, de se "defender as instituições democráticas", de reformar o Estado Social e de "acelerar a transformação da economia".
"No momento em que cumprimos 50 anos da revolução que nos devolveu a liberdade e a democracia, precisamos de reafirmar os nossos valores e de apresentar as nossas ambições", considerou Pedro Nuno Santos, deixando claro: "Abril é a nossa referência, a nossa âncora moral. A âncora da nossa memória e a âncora das nossas expectativas e sonhos para o futuro. O partido português que melhor concretizou no passado, que melhor expressa hoje, e que está em melhores condições de traduzir no futuro os valores de abril é o PS".