Pedro Nuno Santos diz que defender o estado social “não é ser radical, é ser socialista”
Pedro Nuno Santos considerou, este domingo, em Coimbra, que a defesa do estado social não é “ser radical nem moderado, mas sim ser socialista” e apontou baterias ao PSD, num encontro com militantes em que contou com a presença e o apoio de Manuel Alegre, histórico militante socialista.
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“Para nós o estado social é o garante da liberdade. A liberdade de irmos ao hospital sem que nos perguntem se temos dinheiro para o tratamento, que só o Serviço Nacional de Saúde, do nosso saudoso António Arnaut, nos pode dar. Isto não é ser radical, nem moderado. Isto é ser socialista. Não queremos desistir do estado social, queremos salvá-lo. Também queremos reformar, mas não são as mesmas reformas que eles [o PSD] querem”, assegurou o candidato à liderança do PS, perante uma sala cheia no Pavilhão Centro de Portugal.
Pedro Nuno Santos apontou também para a necessidade de olhar para um país como um todo. “O distrito de Coimbra tem litoral mas também tem interior. Dizemos que Portugal é um país pequeno mas conseguimos encolhê-lo ainda mais. Todos nós temos de sentir que somos cidadãos de primeira. Um dos desafios para os próximos anos é não ficarmos limitados aos centros urbanos”, defendeu.
“Não se pode adiar Portugal”
Num discurso em que as críticas foram para fora, sobretudo para o PSD, Pedro Nuno Santos lembrou a discussão em torno da localização do novo aeroporto.
“Estamos há 50 anos a discutir a localização do aeroporto. O que o PSD faz? Cria um grupo de trabalho. Não podemos continuar a adiar Portugal, como fizemos com o Alqueva e com muitas áreas. Mais vale feito que perfeito”, afirmou.
Acusou ainda o partido de oposição de “desespero” relativamente à aproximação das eleições, “levando-os a fazer promessas aos pensionistas, logo os que mais maltrataram quando estiveram no poder”.
Alegre aponta a “ganhar a democracia”
Antes de Pedro Nuno Santos, discursou Manuel Alegre. O histórico militante socialista afirmou que “é preciso mais do que ganhar as eleições no partido e no país. É preciso ganhar a democracia, derrotar o PSD e toda a direita”, salientou, apontando que o PS não pode votar um governo minoritário social-democrata. “Isso poria em causa a autonomia do PS”, considerou.
Manuel Alegre desafiou Pedro Nuno Santos a combater as desigualdades, considerado “terreno fértil” para o Chega “minar por dentro a democracia”.
“Não podemos dar-nos ao luxo de ver dois milhões de portugueses a viver na pobreza”, alertou.
Para além de Manuel Alegre, estiveram presentes em Coimbra a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e a eurodeputada Maria Manuel Leitão Marques.