O líder socialista, Pedro Nuno Santos, admite voltar ao modelo de parcerias público-privadas (PPP) nos hospitais “se se entender que é uma melhor solução”, dizendo não haver "nenhum dogma quanto a isso no que ao PS diz respeito”. Num debate, atacou a "magia fiscal" da IL e foi apelidado por Rui Rocha de "incompetente".
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Apesar de não excluir as PPP, o ex-ministro socialista insistiu que o mais importante é dotar as administrações dos hospitais públicos das “mesmas condições” que deram então aos privados para gerir os equipamentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No debate com Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal (IL), o secretário-geral do PS defendeu que “a solução não pode ser desistir do Estado social”. “O SNS tem problemas? Tem”, mas “a solução não é desviar recursos para financiar o negócio privado da saúde, como quer a IL”, acusou na SIC.
Admitiu os “problemas de organização e gestão”, e a necessidade de “usar os recursos de forma mais eficiente”, remetendo para “a reforma que o PS quer consolidar”, com “médicos, enfermeiros e técnicos motivados e de bem com o SNS”.
Rui Rocha, a quem o líder do PS atribuiu propostas radicais, contrapôs que “radical é ter idosos em centros de saúde pela noite dentro deitados em mantas à espera de senha para consulta e grávidas a bater à porta de urgências fechadas”.
O líder da IL defendeu que o partido quer “trazer para Portugal soluções que funcionam” noutros países. E disse que “a pessoa deve poder escolher se quer ser tratado no SNS, no privado ou numa misericórdia do setor social sem pagar mais um cêntimo”, acusando o adversário de “insistir num modelo que não funciona”.
Questionado, por sua vez, sobre se recusa voltar às PPP nos hospitais, o ex-ministro do PS deixou a porta aberta: “Se se entender que é uma melhor solução não temos nenhum dogma ou problema com isso”, assegurou. Mas “agora o que é importante é darmos às administrações dos hospitais públicos as mesmas condições que demos aos privados que geriram” os hospitais do SNS”, referiu, e “se o fizermos temos o público bem gerido”.
Líder aceitará chumbo nos Açores
No debate, acusou a IL de propor “soluções irrealistas, aventureiras e radicais”, desde logo para redução de impostos, e de querer “fazer magia fiscal”. Neste contexto, apontou os “nove mil milhões” que custaria o choque fiscal da IL. Mas Rui Rocha desmentiu este número e disse que o ex-ministro das Infraestruturas e Habitação “falhou e é incompetente”.
No início, Pedro Nuno Santos foi questionado sobre o impasse nos Açores e se o PS deve viabilizar ou chumbar um Governo de Direita. Sem se comprometer, garantiu que "a decisão é dos socialistas açoreanos". "Terá todo o meu apoio", reforçou.
Prometendo respeitar "a autonomia regional", disse que concordará com a decisão, mesmo que seja para chumbar o Governo minoritário da coligação. Tentará demover os socialistas da região? "Claro que não", respondeu no debate da SIC.