O antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes recordou esta quarta-feira Francisco Pinto Balsemão como "um cavalheiro da democracia", que não tinha problemas com discordâncias de opinião.
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O atual autarca da Figueira da Foz falava à saída do velório de Pinto Balsemão, que morreu na terça-feira aos 88 anos, que decorre na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
"Eu não conheci ninguém como o Dr. Francisco Pinto Balsemão, com a capacidade de aceitar de bom grado e com respeito as diferenças de opinião, porque mesmo os democratas, os maiores democratas, às vezes têm dificuldade", salientou.
Santana Lopes recordou-o como "um cavalheiro da democracia, uma figura que sabia estar bem com todas e todos". "É um momento muito raro de unanimidade no pronunciamento de outros setores políticos sobre ele", afirmou.
Questionado se o fundador do PSD foi "um pouco mal-amado" no seu partido, admitiu que sim, até por si próprio. "Se calhar houve uma altura em que ele era primeiro-ministro e eu também era do grupo dos críticos", disse.
Francisco Pinto Balsemão, antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, morreu na terça-feira aos 88 anos.
Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD. Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi até à sua morte membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.
O Governo decretou luto nacional para quarta e quinta-feira, dias em que decorrem as cerimónias fúnebres. O velório de Francisco Pinto Balsemão realiza-se esta quarta-feira desde as 18.30 horas em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos, e a missa decorre no mesmo local às 13 horas de quinta-feira. O velório e a missa são abertos ao público, sendo o funeral reservado à família.
