O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, revelou, esta segunda-feira, que foram sinalizados 22 portugueses no Sudão, que apesar de ainda não estarem todos fora do país, "estão todos fora da situação de maior perigo". Pelo menos 11 já foram retirados.
Corpo do artigo
Há 22 portugueses no Sudão e 11 já foram retirados do país. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros aos jornalistas. "Até estarem todos fora do país não estão todos fora de perigo, mas estão todos fora da zona de conflitos", adiantou Gomes Cravinho, no Porto, para participar num fórum empresarial que vai reunir empresários brasileiros e portugueses, onde estará também o presidente Lula da Silva e o primeiro-ministro, António Costa.
O ministro rejeitou qualquer demora na retirada dos cidadãos, relembrando que ainda há centenas de europeus no país. A maioria está a ser encaminhada para Djibuti e alguns para o Egito. "Estamos a ver se faz sentido enviar um meio aéreo da Força Aérea portuguesa ou se, pelo contrário, é possível vir com outros aviões de aliados para sítios mais próximos como Madrid ou Paris, e a Força Aérea ir buscá-los lá", acrescentou.
Dos portugueses identificados a viver no Sudão houve um que quis ficar no país. "O português que decidiu ficar foi por opção própria e está numa zona onde não há conflitos". Questionado sobre se a missão de repatriamento dos portugueses está a ser coordenada com a União Europeia, Gomes Cravinho explicou que não: "Não é uma coordenação da União Europeia, há uma coordenação muito próxima, minha e da senhora ministra da Defesa com aliados, muito em particular a França e Espanha", disse.
Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).