Há 31 deputados que encabeçam listas a câmaras e 21 a assembleias municipais. A maioria senta-se na bancada do PS.
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Há 31 deputados que poderão ter de trocar a Assembleia da República pelo poder local, por terem aceitado encabeçar uma lista a uma Câmara Municipal. Alguns são dos rostos mais conhecidos do Parlamento. Mas há mais parlamentares a concorrer nas eleições de 26 de setembro: 21 avançam para uma Assembleia Municipal e dois às de freguesia. No total, são 54 os deputados candidatos, mais sete do que em 2017, a maior parte dos quais (31) são socialistas.
Entre os 31 deputados socialistas que são candidatos, 14 encabeçam uma lista a uma Câmara e 17 a uma Assembleia Municipal. Se os que concorrem ao órgão fiscalizador do poder local podem acumular, já os que avançam ao órgão executivo terão que abandonar o Parlamento caso ganhem. A hipótese de acumulação só se coloca se forem eleitos vereadores, cargo que pode ser exercido a meio tempo.
Hugo Pires, que concorre a Braga, não é um estreante nas andanças municipais. Já fez quase de tudo e já trocou o Parlamento pelo Poder Local em 2009. "Não é um ambiente nada estranho para mim", diz o deputado, afirmando-se como "uma pessoa de causas". Na bancada do PS há mais rostos conhecidos na corrida. É o caso de Raul Castro, Jorge Gomes, Luís Testa, Tiago Barbosa Ribeiro, José Manuel Carpinteira, Hugo Carvalho e João Gonçalves.
Dispostos a sair
Também na bancada do PSD há vários "pesos-pesados" que saltaram da cadeira para fazer campanha autárquica, como Fernando Ruas, Ricardo Batista Leite, Fernando Negrão e Duarte Pacheco. Entre os sete deputados candidatos a uma Câmara, está o estreante Alexandre Poço, que avança a Oeiras. "Não iria virar as costas a um desafio difícil", afirma.
"Estou completamente empenhado e disponível para deixar o Parlamento", assume o centrista João Almeida, nem sequer admitindo um cenário em que possa acumular. "Isso é impossível porque vou ganhar a Câmara de S. João da Madeira", afirma o único deputado do CDS-PP a concorrer a uma Autarquia. Há mais dois, mas avançam a assembleias de Freguesia.
Disponíveis para tudo
Nélson Silva chegou, há um mês, ao Parlamento para substituir André Silva e já se coloca numa posição em que pode ter que sair. Contudo, o deputado do PAN concorre a Odivelas para ser eleito vereador.
Trata-se de um objetivo comum ao deputado do BE, Nélson Peralta, que repete a candidatura à Câmara de Aveiro, depois de, em 2017, ter ficado perto de ser eleito vereador. Se conseguir, admite acumular os dois cargos. "É perfeitamente compatível", justifica um dos seis deputados bloquistas a avançar a uma Câmara, tal como Joana Mortágua e Beatriz Gomes Dias.
Já a deputada do PEV, Mariana Silva, assume o objetivo de ganhar a Câmara de Guimarães, embora admita que seria muito bom recuperar para a CDU o lugar na vereação perdido há quatro anos. "Candidato-me para ser presidente da Câmara de Gaia. Mas não fugirei a nenhuma responsabilidade que a população resolva atribuir-me", vinca, no mesmo tom, a deputada do PCP Diana Ferreira.