O ex-candidato à liderança do PSD, Miguel Pinto Luz, acusou, este sábado, Rui Rio de ter tentado impor o "pensamento único" no PSD considerando que até se pode "ganhar todas as eleições internas" mas assim "não se ganha o coração dos portugueses".
Corpo do artigo
Miguel Pinto Luz foi, de novo, a voz dissonante num congresso que se pretendia de união, ao fazer o discurso mais crítico deste sábado à liderança cessante de Rui Rio, considerando que o problema do PSD não é o "excesso de divisões internas".
https://d23t0mtz3kds72.cloudfront.net/2022/07/02jul2022_sarag_pintoluz_congresso_20220702181903/mp4/02jul2022_sarag_pintoluz_congresso_20220702181903.mp4
"Pelo contrário, foi querer acabar com essa diversidade, querer impor o pensamento único, procurar a pureza ideológica", apontou o ex-candidato à liderança do PSD, seguindo o exemplo do discurso que efetuou no congresso de Santa Maria da Feira, em novembro passado.
Segundo Pinto Luz, o líder cessante perdeu "mais tempo, por vezes, a convidar-nos a sair do que a convidar outros a entrar". "O problema do PSD foi perder mais tempo a criticar os nossos do que o Governo", prosseguiu o vice-presidente da Câmara de Cascais.
Garantindo que não está a prestar contas mas apenas a fazer "um aviso para o futuro", Miguel Pinto Luz considerou que um líder que tenta eliminar a diversidade interna "não está a fazer o trabalho de um líder". "Um líder que não é capaz de mobilizar todos os seus militantes que pensam de maneira diferente também não vai conseguir mobilizar o país", sustentou.
"Até pode ganhar todas as eleições internas mas não ganhará o coração dos portugueses", reforçou Pinto Luz que, apesar de já ter concorrido, em diretas, contra Luís Montenegro afirmou-se um "montenegrista".