O candidato à liderança do PSD Miguel Pinto Luz apelou a que "o maior número de militantes possa votar" e pediu que, depois das diretas, todos se unam em torno de um projeto e das próximas eleições.
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Em declarações aos jornalistas, antes de votar em Cascais nas eleições diretas para escolher o próximo líder do PSD, Pinto Luz assegurou que, caso haja uma segunda volta e ele não seja um dos dois candidatos mais votados, se remeterá ao silêncio.
"Sou um homem de palavra. Já o disse e repito, no caso da existência de uma segunda volta remeter-me-ei ao silêncio. Mas aguardo com expectativa porque conto ir à segunda volta ou ganhar", afirmou Pinto Luz, que foi o último dos três candidatos à liderança do PSD a votar, cerca das 16 horas.
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Questionado se teme que, após as eleições, se mantenham as divergências internas, o candidato relativizou.
"Há sempre divisões, clivagens, mas é bom, num partido como o PSD, que haja diferentes visões da sociedade. Depois das eleições temos que nos unir à volta de um projeto, à volta das próximas eleições, que os portugueses precisam de nós", afirmou.
Depois das eleições temos que nos unir à volta de um projeto
Cerca de 40 mil militantes do PSD com quotas em dia podem votar hoje nas eleições diretas para escolher o presidente do partido, numa disputa a três entre o atual detentor do cargo, Rui Rio, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.
Se nenhum deles obtiver mais de 50% dos votos, a segunda volta realiza-se daqui a uma semana, dia 18, entre os dois candidatos mais votados, o que seria inédito no PSD.
O vice-presidente da Câmara de Cascais salientou que "hoje é um dia especial", em que "os militantes do PSD falam mais alto".
"A expectativa é aguardar que o maior número de militantes possa votar, já que tínhamos um caderno eleitoral tão curto, tão enxuto, aliás o mais enxuto da história da democracia dentro do PSD", apontou.
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Com as novas regras de pagamento de quotas, o universo eleitoral encurtou-se em cerca de 30 mil militantes em relação às diretas de há dois anos, quando foi de 70.692, mas acabaram por votar apenas 42.655, cerca de 60% do total.
Pinto Luz disse aguardar "com respeito e expectativa" pelo voto dos militantes: "Os militantes vão dizer quem querem que esteja a liderar o PSD a partir de hoje à noite, a questão que se coloca é entre um projeto do passado e um de futuro", afirmou.
Questionado sobre o que trouxe a sua candidatura à campanha interna, o autarca e antigo líder da distrital de Lisboa começou por dizer "contemporaneidade e frescura".
"Uma campanha reformista que nenhuma das candidaturas apresentou, algum inconformismo, acabar com o cinzentismo", acrescentou.
E ainda que não saia vencedor disse acreditar que a sua candidatura "serviu para abrir o partido como um todo".
"Esse cinzentismo terá um fim e o fim será hoje", afirmou.
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Pinto Luz lamentou que na campanha não se tenham discutido os programas eleitorais, nem se tenham realizado mais debates entre os candidatos, mas disse esperar que o PSD aprenda "para o futuro.
Sobre as divergências entre a direção nacional e a estrutura regional do PSD-Madeira quanto ao número de militantes com quotas em dia, Pinto Luz disse ter pedido "recato sobre o tema" e por isso também não fez comentários.
O caso concreto da Madeira promete ensombrar a votação, já que o PSD-Madeira insiste que podem votar hoje 2.500 militantes, apesar de a secretaria-geral contabilizar pouco mais de cem com quotas pagas à luz do novo regulamento.
A divergência entre a estrutura regional e nacional está no modo de pagamento das quotas, que deve permitir a identificação do militante, enquanto a maioria na Madeira paga as quotas diretamente na sede, em numerário, tendo o Conselho de Jurisdição Nacional -- o 'tribunal' do partido -- reiterado que "os regulamentos aprovados não preveem exceções".