O presidente do CDS-PP afirmou esta quarta-feira que o líder do PS "não está bem informado" e sublinhou que o défice de 2014 está fechado e que o Novo Banco não tem qualquer impacto sobre 2015.
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"O líder do maior partido da oposição não está bem informado e eu devo corrigi-lo. O défice de 2014 é um défice fechado, o que há é um registo contabilístico e apenas contabilístico, da questão do Novo Banco", afirmou Paulo Portas, comentando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados hoje.
Em declarações durante a campanha da coligação PSD/CDS-PP no distrito de Viana do Castelo, o também vice-primeiro-ministro argumentou que não existe, portanto, "impacto sobre 2015 ou os próximos anos, não conta para efeitos de cumprimento de metas orçamentais e não tem consequências sobre o chamado procedimento por método excessivo".
"Se tivéssemos nacionalizado o banco, as consequências seriam outras e, essas sim, piores e difíceis", afirmou.
Por outro lado, Paulo Portas destacou que, ainda de acordo com o INE, "o défice do primeiro semestre está consideravelmente melhor do que o défice do primeiro semestre do ano passado e isso dá-nos a trajetória certa para cumprimos um défice abaixo dos 3%".
"Será a primeira vez que isso acontecerá desde que estamos na moeda única", afirmou.
Questionado se isso será garantido sem medidas adicionais, Portas, tal como Pedro Passos Coelho, disse que seria cumprido sem recurso a outras medidas.
O líder centrista salientou ainda que, de acordo com o INE, a dívida portuguesa diminuiu de 130% para 125%.
"A dívida está a descer. É essa a trajetória fundamental e que interessa aos portugueses do ponto de vista da sustentabilidade e de não recair sobre as futuras gerações", afirmou.
O INE divulgou hoje a segunda notificação do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) enviada a Bruxelas que indica que a capitalização do Novo Banco fez o défice orçamental de 2014 subir para 7,2% do PIB, um valor que fica acima dos 4,5% reportados anteriormente.
O outro dado divulgado pelo INE foi o de que o défice orçamental atingiu 4,7% do PIB no final do primeiro semestre de 2015, um valor superior à meta de 2,7% estabelecida pelo Governo para a totalidade do ano.