Hoje, como há quatro anos, a palavra "discriminação" mantém-se viva no léxico dos autarcas do Grande Porto. Novos protagonistas repetem as críticas dos antecessores à atuação de um Governo que mudou de cor em 2011, mas não inverteu a política.
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Nas vésperas das eleições legislativas de junho de 2011, a Junta Metropolitana do Porto apontava o dedo ao congelamento da expansão da rede na região (enquanto em Lisboa se perspetivava a ligação ao aeroporto da Portela) e à asfixia financeira da Empresa do Metro, obrigada a construir a sua rede com recurso a financiamento bancário.
Então, o pedido dos autarcas da região era que se honrasse o memorando de entendimento de 2007 e, tal como sucedeu na capital (a rede do Metro de Lisboa cresceu sobretudo com financiamento direto do Estado e a fundo perdido), o passivo da transportadora portuense, fruto da execução das seis linhas do metro, fosse absorvido diretamente na dívida pública do Estado. Volvidos quatro anos, nada se alterou. A Empresa do Metro continua a arrastar a pesada dívida na gestão diária. Quanto a novas ligações, nem vê-las.
Discriminação
O projeto para a segunda fase de prolongamento da rede (que serviria 200 mil pessoas e chegou ao Governo em dezembro de 2010, sob o modelo de parceria público-privada) permanece engavetado. E não surge sequer elencado no Plano Estratégico de Transportes, onde a extensão da Linha Azul do Metropolitano de Lisboa até à Reboleira está inscrita com 15 milhões.
Voltaram a ouvir-se críticas no Grande Porto ao Governo, deste vez PSD, acusando-o de discriminação. Uma condenação agravada pelo processo de concessão das operações da Metro do Porto e da STCP, que não envolveu os autarcas nem a condenada e já extinta Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto.
E o futuro permanece incerto. Hoje, toda a Oposição e a maioria dos autarcas da região juntam-se para condenar o processo de concessão, em especial da STCP. Quanto à Metro, ninguém sabe se sobrarão alguns milhões do Portugal 2020 para levar a rede até onde ainda há 200 mil pessoas à espera.