Portugal não alcança ainda a média europeia, estando longe dos 30% dos países líderes.
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Somos dos países europeus em que se utilizam menos os transportes públicos: em 2019, representavam apenas 12% das deslocações totais dos transportes de passageiros. Portugal ocupa a 27.ª posição num conjunto de 29 países europeus - os 27 estados-membros da União Europeia, o Reino Unido e a Noruega -, estando longe da média europeia (18%) e de países como a República Checa, Hungria e Eslováquia, que lideram o ranking com taxas a rondar os 25% e os 30%.
Os resultados são do primeiro estudo de Índice de Transição Verde (GTI) - divulgados ontem pela consultora Oliver Wyman -, que avalia, numa escala de zero a 100, o desempenho sustentável de cada país europeu, determinado por fatores como o uso de tecnologias de transição energética, o grau de sustentabilidade ambiental do sistema económico, as emissões de CO2 produzidas pela indústria, a qualidade ambiental dos transportes, a eficiência energética dos edifícios, a gestão de resíduos e a conservação da natureza.
Na categoria dos transportes públicos, Portugal situa-se entre os lugares mais fracos (18.º), sendo penalizado pelo seu uso reduzido. Ainda assim, registou, em 2020, um cenário mais positivo no que diz respeito à intensidade de emissões de carbono por passageiro (4.º), e de automóveis novos por quilómetro (5.º), ainda que apenas 1,6% do stock total de carros seja de baixas emissões.
Mal a proteger natureza
Por seu turno, Portugal obtém dos melhores resultados no uso de energias renováveis, ocupando o segundo lugar no pódio. Em 2019, mais de metade (57%) da energia utilizada no aquecimento doméstico foi produzida através destas fontes.
De forma geral, os Países Baixos e a Dinamarca lideram o ranking, com a mesma classificação (57 pontos). Portugal fica-se pelo 18.º lugar, quatro lugares atrás da Espanha, com 48 pontos, alinhando-se com a média europeia. "Ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo se queremos atingir uma transição em todas estas categorias", alertou a consultora Sofia Cruz, da Oliver Wyman Ibéria.
Na conservação da natureza, Portugal tem das posições mais fracas em todos os indicadores, ocupando mesmo o último lugar no índice de áreas terrestres e marinhas protegidas: são 3% de todo o território contra 17% na média europeia.