Portugal é o quinto país da União Europeia onde, em 2021, houve mais crianças e jovens até aos 16 anos que não receberam os cuidados dentários de que necessitavam. O indicador agravou-se face a 2017.
Corpo do artigo
Um relatório do Eurostat divulgado esta sexta-feira mostra que cerca de 4,4% das crianças que vivem em famílias com menores de 16 anos nos 27 países da União Europeia (UE) não receberam os cuidados dentários de que precisavam durante o segundo ano da pandemia. A média da UE agravou-se desde o último relatório em 2017 (+1,8%), e o fenómeno é idêntico em Portugal.
Portugal está em quinto lugar na tabela de 11 estados-membros europeus que estão acima da média da UE nas necessidades de cuidados dentários não satisfeitas, com menos crianças e jovens a irem ao dentista. Segundo os dados, 6,4% das famílias portuguesas com crianças não conseguiram responder às necessidades de tratamento dos menores. Em comparação com 2017, ano do relatório anterior, registou-se um aumento de 0,4%.
Na Letónia (7,7%), Espanha (7,1%), Hungria (7,0%) e Eslovénia (6,8%) registaram-se as maiores percentagens de crianças que não viram as suas necessidades a serem satisfeitas. Por outro lado, o Luxemburgo (0,6%), a Croácia (0,8%), a Suécia (1,1%), a Áustria e Itália (ambos com 1,2%) lideram a escala dos países da UE em que mais crianças tiveram os tratamentos odontológicos adequados.
Segundo os dados do serviço estatístico da UE, as situações diferem consoante a composição dos agregados familiares. Em 2021, nos agregados com dois ou mais adultos com filhos dependentes, em média na UE apenas 4% das crianças não tiveram os tratamentos dentários de que necessitavam, mas o valor aumenta para 7,1% nos agregados monoparentais (um adulto com filhos dependentes).
Em Portugal também se verifica essa tendência. Nos agregados portugueses com dois ou mais adultos, 6,2% das crianças não viram as suas necessidades a serem respondidas. Apesar de ser um cenário mais positivo do que a média das famílias portuguesas com filhos dependentes, o indicador piorou face a 2017 (+ 0,4).
Já nos agregados monoparentais portugueses, 7,3% não conseguiram responder às necessidades de tratamento dos menores. Apesar de ser um indicador elevado, a situação nas famílias com um adulto com filhos dependentes melhorou em comparação com 2017 (- 0,8%).