Portugal reciclou no ano passado 460 285 toneladas de embalagens de papel, cartão, alumínio e vidro, uma quantidade 5% inferior ao esperado, com a reciclagem de vidro a apresentar o pior desempenho, de acordo com a análise de dados do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE).
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A meta estabelecida pelos Estados-Membros é reciclar pelo menos "65% das embalagens colocadas no mercado" em cada ano, revela a Sociedade Ponto Verde (SPV), entidade licenciada para gerir a seleção, recolha e reciclagem de embalagens no país. Apesar dos aumentos registados em materiais como o papel e o alumínio, a SPV insiste que reciclagem de embalagens em Portugal precisa de um crescimento mais significativo para atingir a meta definida.
A reciclagem de vidro apresentou o pior desempenho em comparação com o período homólogo, diminuindo 3%. A Sociedade Ponto Verde explica que, para as embalagens de vidro, é necessário um maior envolvimento dos cidadãos na separação, pelo que defende o aumento da qualidade dos serviços prestados pelos operadores municipais na recolha.
É recomendada a implementação de sistemas mais eficazes para o descarte de embalagens de vidro, especialmente em locais onde esses resíduos são depositados com maior frequência, como restaurantes, bares e cafés, dando o exemplo do sistema de baldeamento assistido. Esse sistema inovador facilita a deposição deste material neste canal e já foi implantado nalgumas cidades do país, apresentando resultados positivos, nomeadamente em Guimarães e Vizela.
Além da implementação de sistemas inovadores, a colaboração efetiva das entidades gestoras é necessária para o progresso nas reciclagens em Portugal. Segundo Ana Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, “otimizar a operação em um modelo transparente e a custos justos, garantindo qualidade e níveis de serviço, é essencial para que Portugal alcance suas metas”.