Portugal quer arrecadar dois mil milhões de fundos de gestão direta da Comissão Europeia
A ministra da Coesão Territorial afirmou, esta terça-feira, que Portugal pretende arrecadar dois mil milhões de euros em programas de gestão direta da Comissão Europeia, até 2027, verbas que se juntarão às do quadro comunitário 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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Ana Abrunhosa sublinhou que, para que isso aconteça, é necessário apostar na “capacitação” das empresas e das entidades nacionais, dando-lhes “ferramentas” que lhes permitam apresentar os seus projetos e ser bem-sucedidas nas candidaturas.
“O objetivo de atrairmos dois mil milhões de euros dos programas geridos diretamente pela Comissão Europeia, mais o Portugal 2030 e o PRR, que somam cerca de 45 mil milhões, colocam-nos um grande desafio, que é utilizar bem estas verbas”, apontou a ministra, em Braga, à margem do seminário “Programas de Gestão Direta da Comissão Europeia: Que financiamentos no ciclo 2021-2027?”, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Norte.
Segundo Ana Abrunhosa, estas são “candidaturas difíceis”, que abrem para todo o espaço europeu, o que “implica que as instituições estejam bem capacitadas para fazer os projetos e para entrar nestas redes internacionais”, aproximando-se dos “centros de decisão”.
“É um campeonato muito exigente, o que exige também uma aprendizagem. Por isso é que é importante que também financiemos esta capacitação, porque há imensas candidaturas e só os melhores é que ganham”, frisou a ministra.
Alavancar investimento
Para o presidente da CCDR-Norte, os programas de gestão direta da Comissão Europeia devem ser devidamente aproveitados para “alavancar o investimento”, assumindo-se como “complementares” aos programas que são geridos a nível nacional.
“Estes programas constituem importantes oportunidades para alavancar o investimento no Norte e no país, com um investimento que incide em áreas muito diversas, desde a competitividade, a inovação e a criatividade, passando pelo ambiente, pelo emprego e inclusão social, até temáticas da cooperação europeia e internacional”, explicou António Cunha.
Na abertura do seminário, que serviu para dar a conhecer os vários programas de gestão direta da Comissão Europeia e os associados à Cooperação Territorial Europeia, o presidente da CCDR-Norte lembrou que, no total, são mais de dois biliões de euros que estão disponíveis ao abrigo do Quadro Financeiro Plurianual e do “Next Generation UE”.
“A CCDR-Norte, assumindo o seu papel de planeamento e reflexão estratégica, está convicta da necessidade de promover o debate aberto com os atores regionais sobre o reposicionamento da região no que diz respeito ao conhecimento e à participação em programas de gestão direta e da Cooperação Territorial Europeia”, vincou António Cunha.