Miguel Duarte, o jovem português que foi constituído arguido em Itália e está a ser investigado por auxílio à imigração ilegal, vai reunir-se com o Ministério dos Negócios Estrangeiros "para discutir o caso".
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Miguel Duarte é um dos 10 elementos da organização não-governamental alemã de resgate humanitário no Mediterrâneo, Jugend Rettet, que está a ser investigado em Itália por auxílio à imigração ilegal. O voluntário português encontrou-se esta quarta-feira com o presidente do grupo parlamentar do PS, Carlos César, na Assembleia da República, em Lisboa, depois de, na terça-feira, ter estado reunido com o BE.
"Todos ouvimos as declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros, já fui contactado e estamos em vias de marcar uma reunião para discutir o caso", disse aos jornalistas depois de questionado sobre o facto de o ministro dos Negócios Estrangeiros ter garantido todo o apoio ao jovem, que até à data "nenhum apoio" recebeu por parte do Governo.
Sobre a reunião de hoje, que decorreu por iniciativa do PS, Miguel Duarte apontou que serviu para explicar aos socialistas o seu caso, bem como "todos os pormenores em relação à atividade" que a ONG desenvolvia no Mediterrâneo.
O jovem declarou também que precisa da "solidariedade de toda a gente, que haja notoriedade, que as pessoas saibam e, de alguma forma que se indignem com esta situação, que na verdade não é mais do que representativa de muitos casos parecidos pela Europa fora". "Infelizmente, temos trabalhadores humanitários a sofrer com processos legais deste género", acrescentou.
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Falando no debate quinzenal de terça-feira, o primeiro-ministro esclareceu que o Governo nunca foi contactado por Miguel Duarte, e que tomou conhecimento da situação através da comunicação social, mas assegurou todo o "apoio diplomático e consular, como é devido a qualquer cidadão em qualquer tipo de circunstância".
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Entretanto, foi lançada uma campanha de angariação de fundos, que pretende angariar 10 mil euros para apoiar a defesa do estudante português. Pelas 13 horas desta quarta-feira, a campanha desenvolvida pela associação "Humans before borders", contava já com mais de 38 mil euros, quase quatro vezes o objetivo inicialmente estabelecido.