A pandemia fez aumentar o grau de literacia da população em relação à saúde. Em 2016, cinco em cada dez pessoas tinha níveis reduzidos de conhecimento, enquanto em 2021 sete em cada dez pessoas tinha níveis elevados. Graça Freitas admite que a pandemia obrigou a um "movimento brusco de aceleração" na produção e procura de conhecimento. No entanto, é preciso criar mais ferramentas.
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No evento "Preparar o futuro: Literacia em Saúde e Ciência do Comportamento", que decorreu esta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde referiu que é preciso dar ferramentas às pessoas, fornecendo-lhes a melhor informação possível para que tenham mais conhecimentos sobre saúde. Ressalvou que a pandemia foi uma altura muito importante, que obrigou a uma maior e melhor comunicação por parte do digital e a um aumento de procura de informação por parte da população.
Miguel Telo de Arriaga, chefe da divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar da DGS, abordou, na sua intervenção, o relatório do Plano de Ação elaborado para 2019/2021 e a monitorização feita durante a pandemia sobre a informação prestada. Mais de 78% dos portugueses procurou informação sobre a covid-19 e cerca de 94,4% conseguiu aceder. Revelou ainda que, em 2016, cinco em cada dez portugueses tinha níveis reduzidos de literacia de saúde, enquanto em 2021 sete em cada dez pessoas tinha níveis elevados.
"Não basta dotarmos as pessoas de informação para que elas a consigam pôr em prática. Precisamos que o meio que nos rodeia seja facilitador". Desta forma, a Direção-Geral da Saúde, em conjunto com a Escola Nacional de Saúde Pública, está a desenvolver uma plataforma para criar conhecimento em saúde e uma mudança de comportamentos - o Observatório em Literacia de Saúde.
A plataforma será um instrumento estratégico para o desenvolvimento de políticas em saúde. O objetivo é que seja um ponto de referência na transparência de conhecimento relevante para a promoção de literacia em saúde da população. Irá gerar conhecimento de base científica atual sobre as questões de literacia em saúde e monitorizar a sua evolução em diferentes grupos da população e em diversos contextos. Terá também espaços de análise e reflexão sobre as questões atuais e irá divulgar o conhecimento através de diferentes formatos.