A importância do pagamento em cuidados de saúde foi reduzida de 85% para 54% , revela estudo.
Corpo do artigo
Desde 2018, o número de cidadãos que deixaram de priorizar as contas de saúde tem vindo a diminuir gradativamente. De acordo com a empresa de gestão de crédito Intrum, o valor que se situava nos 85%, há três anos, tem vindo a decrescer até ter chegado aos 54%, no ano passado.
Com o Dia Mundial da Saúde a chegar (celebra-se esta quarta-feira) e a pandemia ainda presente, os especialistas temem que essa mudança acarrete consequências.
Para Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal, "a covid-19 tem vindo a ter um impacto muito forte a nível financeiro e na própria vida das famílias portuguesas. As despesas da saúde mantêm-se como uma prioridade para os portugueses, mas a verdade é que esse valor tem vindo a registar uma diminuição face a anos anteriores. Um indicador importante e que precisa de ser analisado e compreendido".
Segundo demonstrou o estudo da Intrum "ECPR - European Consumer Payment Report,", diferentemente do resto da União Europeia, Portugal apresenta um alto número de homens que ainda dão prioridade à saúde. Nos restantes Estados-membros, o estudo concluiu que quem tem mais preocupação face a esse problema são, na verdade, as mulheres.
Em relação à faixa etária, o inquérito permitiu perceber que no país, o grupo que ainda tem as despesas de saúde como prioridade são aqueles que estão acima dos 65 anos, superando em 7% a média europeia, que se situa nos 5%. Os inquiridos portugueses que menos se interessam nestes gastos estão concentrados no grupo etário dos 38 aos 44 anos, com apenas 2%.
A nível europeu, Portugal encontra-se, no estudo da Intrum, a meio da tabela junto de países como França, Alemanha, Áustria, Finlândia, Grécia e Roménia. O estudo também revela que os países onde os inquiridos levam as contas de saúde com mais prioridade são a Suíça e Itália.