Houve menos inscrições em 2023 depois de dois anos consecutivos de crescente adesão. Conselho de Ética diz que é preciso haver uma campanha nacional e local.
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Depois de terem subido durante dois anos consecutivos no pós-pandemia, o número de testamentos vitais voltou a cair no ano passado: em 2023 foram feitos 10 619 registos, menos 2443 do que no ano anterior. A presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), Maria do Céu Patrão Neves, considera que nenhum dos resultados conseguidos até agora “é um bom número” atendendo à população portuguesa e às necessidades do cidadão e da própria comunidade de profissionais de saúde.
“Não sei até que ponto é que estes números não podem evidenciar desconhecimento”, sublinha a responsável. Ainda que as inscrições sejam “francamente baixas”, aponta uma tendência: há um aumento de subscritores do Registo Nacional do Testamento Vital (RENTEV) sempre que se debatem questões de fim de vida, como aconteceu em 2017, quando se discutiu a morte medicamente assistida. Nesse ano, o CNECV percorreu o país com um ciclo de debates e em que se registou um pico de inscrições (12 019).