Custos descem mais em Braga do que em Lisboa e Porto. Site passa a sinalizar valores.
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Os preços médios do alojamento privado para universitários estão em queda desde o início do ano, com maior incidência no Norte. A redução tem sido constante e acentuou-se durante a fase de confinamento. O distrito de Braga regista o triplo da descida dos valores, em comparação com os distritos do Porto e Lisboa, sendo a cidade minhota aquela onde um quarto custa menos.
Nos últimos seis meses, os valores médios mensais cobrados por um quarto em Braga desceram 17%, passando de uma média de 291 euros para 241 euros. No Porto, a queda foi de 6%, fixando-se nos 280 euros. Já em Lisboa, onde o alojamento estudantil é o mais caro do país, a descida fixou-se nos 5% e encontra-se nos 355 euros.
Estes valores, relativos a 13 541 quartos distribuídos por 163 concelhos, passam a ser a partir de hoje consultáveis por estudantes, famílias e até pelo setor privado interessado neste ramo de negócio na plataforma do Observatório do Alojamento Estudantil. Em "student.alfredo.pt" há, além de preços do alojamento privado, informações gerais e estatísticas sobre as 15 mil camas de residências públicas para estudantes e o Ensino Superior.
Segundo o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, o site irá "apoiar os estudantes deslocados e suas famílias na procura de alojamento, nomeadamente promovendo a transparência do mercado, numa perspetiva de regulação informal que decorre exatamente da sua utilização". "É uma informação validada sobre a oferta de alojamento disponível em cada concelho, incluindo aqueles em que a pressão imobiliária mais se faz sentir", disse ao JN.
Guilherme Farinha, da Alfredo Real Estate Analytics, startup criadora do site e que lhe deu o nome, diz que "a plataforma monitoriza em tempo real indicadores sobre os preços médios, mínimos e máximos, possibilitando perceber a evolução dos valores numa zona".
"Não há um propósito comercial mas de transparência na informação", refere o rosto da Alfredo, a quem a Direção-Geral do Ensino Superior pagou 20 mil euros para criar esta ferramenta, que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) classifica como a "primeira plataforma a nível europeu" do género.
O projeto "começou a ser desenvolvido há quatro meses", após a startup se ter proposto desenvolver para o alojamento estudantil uma plataforma semelhante à que desenvolveu para a Alfredo Real Estate, destinada ao setor imobiliário, explicou Guilherme Farinha. O "student.alfredo.pt" recorre a dados que constam não só em sites de agências imobiliárias, como portais do setor, num total de 22 fontes de informação ou cerca de dois milhões de anúncios.