João Galamba, recém-empossado ministro das Infraestruturas, reúne-se na segunda-feira, com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP), na sequência de um pedido de audiência. O seu primeiro ato político público será auscultar as preocupações do setor marítimo-portuário numa tentativa de pôr um ponto final na greve que decorre desde 22 de dezembro.
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O ministério das Infraestruturas revelou, em comunicado, que está ainda agendada para terça-feira uma reunião entre o sucessor de Pedro Nuno Santos e "todas as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores das Administrações Portuárias".
Recorde-se que o SNTAP cumpre uma greve nos portos comerciais às segundas e sextas-feiras, com fim previsto apenas para dia 30 de janeiro e que já está a causar "sérios prejuízos", segundo admitiu em comunicado a Associação Industrial Portuguesa (AIP).
"Os constrangimentos no fluxo de mercadorias e no funcionamento das cadeias de abastecimento devido à greve de uma minoria de funcionários das administrações portuárias em alguns dos portos está a provocar sérios prejuízos nos carregadores (exportadores/importadores) nacionais e nos armadores", revelou a AIP.
Segundo a associação, apesar de as consequências se fazerem sentir principalmente em setores como o agroalimentar, a persistência da paralisação vai acabar por afetar "todo o setor produtivo nacional".
A AIP apelou à necessidade de abertura de um "canal de negociação entre as partes", e defendeu que devem ser atribuídas de imediato concessões e licenças para o serviço de lanchas.
A associação acredita que, se o conflito continuar, pode ser necessário "a utilização da requisição civil" e "estender os serviços mínimos à descarga de matérias-primas de bens alimentares essenciais".
Recorde-se que o SNTAP acusa as administrações portuárias de "ausência total de disponibilidade" para dialogar sobre a proposta de revisão salarial para 2023.