Procura pelos transportes coletivos urbanos subiu 68% até outubro, mas continua aquém de 2019
O uso dos transportes públicos, nas empresas tuteladas pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, registou um aumento de 68% até outubro deste ano, por comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, os números ainda estão aquém da procura registada antes da pandemia, em 2019.
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Os dados ainda provisórios da procura pelos transportes da Metro do Porto, Metropolitano de Lisboa e da Soflusa/Transtejo, da janeiro a outubro deste ano, mostram um "acréscimo do número de passageiros" face ao mesmo período de 2021. O Ministério do Ambiente e da Ação Climática explica, em comunicado enviado esta sexta-feira às redações, que a procura está, ainda assim, "aquém da verificada no período comparável de 2019".
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A procura esteve condicionada pela covid-19, nomeadamente com as restrições de circulação (períodos de confinamento), a suspensão de validação do título de transporte em vários meses de 2020 e o regime de teletrabalho optado por muitas empresas, que dispensou os trabalhadores de se deslocarem para os locais de trabalho.
De janeiro a outubro de 2019, mais de 226 milhões de passageiros circularam nos três transportes coletivos urbanos das empresas tuteladas pelo Governo. No mesmo período de 2022, foram mais de 176 milhões a deslocar-se através da Metro do Porto, Metropolitano de Lisboa e da Soflusa/Transtejo. O que significa menos 50 milhões de passageiros entre os dois intervalos de tempo. Segundo o Ministério do Ambiente, "o número de passageiros verificado até outubro de 2022 representa apenas 78% da procura registada no mesmo período de 2019".
Entre as três empresas é o Metropolitano de Lisboa que reúne o maior número de passageiros: foram cerca de 110 milhões de janeiro a outubro de 2022, por oposição aos 53 milhões da Metro do Porto e aos 12 milhões da Soflusa/Transtejo. A procura em 2022 mostra também um crescimento gradual durante o ano, à semelhança do que ocorria antes da pandemia, motivado pela circulação de mais passageiros devido ao período de aulas, por exemplo. Em janeiro, os três transportes coletivos tiveram cerca de 13 milhões de passageiros, já em outubro o número subiu para os mais de 21 milhões.
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No mesmo comunicado, o Governo lembra que o preço dos passes estará "congelado" em 2023, ou seja, não haverá subida de preços. Para o quadriénio 2019-2022, foram mobilizados "850 milhões de euros para os transportes públicos".
Na quinta-feira, em audição no Parlamento a propósito da Orçamento do Estado de 2023, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, afirmou que o "congelamento dos passes tem um impacto muito significativo", em reação à proposta do Partido Comunista Português e do Bloco de Esquerda em reduzir o preço ou mesmo "avançar na gratuitidade do passe social".