Pedro Machado mora em Braga e trabalha numa empresa do Porto, onde só vai uma vez por semana.
Corpo do artigo
Em março de 2020, ainda antes de ser decretado o primeiro confinamento obrigatório por causa da covid-19, Pedro Machado viveu a primeira experiência de trabalhar a partir de casa. A nova realidade exigiu um "período de adaptação natural" que rapidamente se transformou numa "mais-valia" que permitiu ao engenheiro eletrónico, natural e residente em Braga, "reduzir os custos" que tinha ao deslocar-se diariamente para a Maia.
"O teletrabalho surgiu por causa da pandemia, mas quando saí da empresa em que estava procurei outra que me permitisse trabalhar a partir de casa, porque entendi que era vantajoso e a minha área possibilita que isso aconteça", explica ao JN Pedro Machado, que há cerca de um ano e meio se mudou para uma empresa do Porto. "Estou num regime híbrido, em que normalmente vou ao escritório uma vez por semana, embora não exista essa obrigatoriedade nem um dia específico para o fazer", sublinha.
Para o engenheiro eletrónico, de 29 anos, as idas à sede da empresa servem essencialmente para levantar material, participar em reuniões ou "acertar alguns detalhes" relacionados com as tarefas que executa em casa. "O facto de ir ao escritório é importante, porque facilita a comunicação e ajuda também a manter os contactos com os colegas de trabalho", realça.
Mais produtividade
Pedro Machado considera que a "grande vantagem" do teletrabalho é o facto de não ter de se deslocar diariamente de Braga para o Porto, o que o obrigaria a fazer cerca de 115 quilómetros entre ida e volta. "Se tivesse de ir para o escritório todos os dias, desconsideraria trabalhar numa empresa tão distante, principalmente por causa dos custos e do tempo que teria de perder nas viagens", reconhece o bracarense, a quem a empresa atribuiu um "subsídio mensal de teletrabalho" para ajudar a fazer face às despesas domésticas, como a conta da luz.
Outra das vantagens identificadas é a "flexibilidade de horário", apesar de nesse caso existir a tentação de alargar o trabalho para além da hora definida. "Por vezes, acabo por me estender um pouco mais nas horas, não por exigência da empresa, mas por querer terminar alguma tarefa que esteja a executar", admite Pedro Machado.
O engenheiro entende que consegue ter "mais produtividade" a trabalhar em casa do que no escritório. "Tenho a felicidade de ter um espaço apenas dedicado ao meu trabalho e isso permite-me estar totalmente focado nas minhas tarefas e evitar eventuais distrações que por vezes acontecem quando estamos a trabalhar com mais pessoas", conclui.