A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) alerta que a precariedade está a aumentar entre os professores e investigadores do ensino superior, tendo já solicitado uma reunião à ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para discutir esta e outras preocupações.
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"Há instituições em que mais de 50% dos docentes são convidados, havendo muitos casos de falsos convidados. Esta ferramenta tem sido usada muitas vezes para precarizar o setor", aponta André Carmo, do Departamento de Ensino Superior e Investigação da Fenprof.
No caso da investigação, Nuno Peixinho, investigador da Universidade de Coimbra, revela que "a carreira de investigador é quase 'zombie'", afirmando que só 10% dos investigadores em Portugal estão na carreira e os restantes são precários.
"Até 2025 haverá dois mil investigadores com contratos a termo que vão desaparecer sem que o Ministério tenha solução para eles", acusa.
A Federação anuncia ter já solicitado uma reunião com a ministra para falar sobre a precariedade no setor. Outras questões que preocupam a FENPROF são a necessidade de regular o setor privado, a eliminação da discriminação entre as carreiras docentes no ensino superior e as carreiras gerais na administração pública, e o que consideram ser "a degradação da democraticidade nas instituições, decorrente do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, que entrou em vigor em 2007 e nunca foi avaliado nem revisto", sustenta André Carmo.