Ministra da Ciência e Ensino Superior diz que está a trabalhar em conjunto com o governante com a pasta da Educação, mas não particulariza.
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Os ministérios da Educação e da Ciência e Ensino Superior estão "a trabalhar em conjunto" para resolver o problema da falta de professores. Uma das medidas já tomadas pelo Governo foi o reforço das vagas em cursos ligados à docência no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior que arrancou esta segunda-feira. Nas licenciaturas de Educação Básica o número de lugares cresceu 7%, sendo disponibilizadas mais 56 vagas face ao ano anterior.
"Há várias formas de solucionar esse problema, este ano já aumentámos o número de vagas para a formação de professores e temos que arranjar mais medidas no imediato para corrigir esse problema", declarou a ministra do Ciência e Ensino Superior, à margem de uma visita ao Instituto Politécnico de Viseu.
Segundo Elvira Fortunato, o seu ministério está "muito coordenado com o ministro da Educação e a trabalhar em conjunto" para enfrentar a situação. A governante escusou-se, no entanto, a detalhar que novas medidas serão adotadas para resolver a "muita carência de professores" no ensino básico e secundário.
Para além do crescimento das vagas destinadas ao setor da Educação, também aumentaram 3,6% os lugares na área das tecnologias digitais, onde existe igualmente "uma deficiência muito grande".
"Precisamos de formar mais médicos"
O Ministério da Ciência e Ensino Superior autorizou este ano a subida das vagas nos cursos mais procurados por alunos de excelência, de que é exemplo Medicina, mas só a Universidade da Beira Interior abriu portas a mais cinco estudantes que querem ser médicos. Elvira Fortunato reconhece que a formação de clínicos fica "extremamente onerosa" e que "as universidades não têm a capacidade instalada" para formarem novos clínicos. "Estamos também a trabalhar nessa área porque precisamos de formar mais médicos", disse.
O Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior disponibiliza 22 novos cursos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que estão orientados para as áreas STEAM (sigla inglesa para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). Estas formações representam 642 vagas, mais de metade delas disponibilizadas em Lisboa e Porto. Elvira Fortunato está "convencidíssima" de que estes novos cursos lançados com o PRR se manterão no futuro.