Oito organizações sindicais de professores ameaçam decretar uma "greve prolongada" de 18 dias caso o Governo continue a não atender às suas reivindicações. O ultimato foi feito esta quinta-feira, durante uma vigília de protesto, em Lisboa: se o ministério da Educação não recuar, até 10 de janeiro, em algumas medidas para o setor, os professores sairão à rua nos dois primeiros meses de 2023 - cada dia num distrito diferente, entre 16 de janeiro e o início de fevereiro.
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Ao JN, José Costa, secretário-geral adjunto da Fenprof, explicou que o protesto, a que chamou "greve distrital", está "dependente de duas condições": o início da recuperação das carreiras dos professores e o abandono, por parte do ministério, da intenção de passar os docentes para mapas de pessoal intermunicipais.
"Se isto não acontecer, vamos iniciar uma greve", confirmou José Costa. E, caso o Governo continue a não ceder, os sindicatos colocam, desde já, em cima da mesa, a hipótese de "repetir" esta forma de luta. Além da FENPROF, esta decisão é subscrita por outras sete organizações: ASPL, Pró-Ordem, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU.
Todas elas estão também a recolher um abaixo-assinado, que deve ser entregue ao ministro da Educação no início de janeiro, quando forem retomadas as negociações. José Costa estima que, durante esta semana de vigílias - da qual faz um "balanço muito positivo" -, tenham sido recolhidos "alguns milhares" de assinaturas. Em janeiro, deverá ser lançado um outro abaixo-assinado, este "aberto a toda a população".
Além das vigílias, que decorreram nos últimos quatro dias, em várias zonas do país, está prevista uma "grande concentração" junto ao ministério da Educação. Esta terá lugar no dia da próxima reunião com os sindicatos, que ainda não tem data marcada. Para o dia 4 de março, recorde-se, está agendada uma manifestação nacional de professores, em Lisboa.