Proibição de fumar? "Não estamos a pensar adotar uma medida semelhante", diz Temido
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta sexta-feira que, ao contrário do que aconteceu em Espanha, Portugal não deve adotar, para já, a proibição de fumar nas ruas e nas esplanadas onde não esteja garantido o distanciamento social.
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Na habitual conferência de imprensa de apresentação do boletim epidemiológico do país, Marta Temido reconheceu que, neste momento, Portugal não pondera adotar a proibição de fumar na rua e nas esplanadas, tal como fez Espanha.
"Claro que fumar tem riscos para a saúde e o conselho é sempre o de não fumar", ressalvou, informando, no entanto, que, no atual contexto português, a medida não será implementada. "Vamos analisar com mais profundidade e avaliaremos se será adequada ao nosso contexto", acrescentou a ministra da Saúde.
RT volta a subir para 1,04
Tal como Marta Temido tinha avançado na conferência de imprensa de quarta-feira, o índice de transmissibilidade do vírus (o chamado RT) voltou a subir para 1,04 entre os dias 5 e 9 de agosto. "Isto mostra uma ligeira tendência de crescimento que estamos a acompanhar e que exige uma atitude de preocupação de todos", sublinhou.
Por outro lado, há "uma boa notícia" a destacar. "Até à meia-noite de ontem, não existia nenhum utente com covid-19 positivo nas nossas unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados", informou Temido, reconhecendo que, embora seja provável que a situação não se mantenha, é sempre um dado positivo.
Segunda vaga? "Pelos dados de hoje estamos numa situação de estabilidade"
Face ao aumento exponencial do número de novos casos nos outros países, nomeadamente em Espanha e em França, Marta Temido defendeu não saber se os valores "são suficientes para estarmos perante uma segunda vaga". "O que sabemos é que, até haver uma vacina ou um tratamento eficaz, esta doença persiste e, portanto, estamos sujeitos, pelo menos, a ondas", acrescentou.
Em relação ao caso português, a ministra da Saúde afirmou estarmos perante uma tendência de estabilização. "Pelos números de hoje, diria que estamos numa situação de estabilidade. Há mais momentos de convívio e surtos que motivam novos casos, mas estamos numa situação de estabilidade".
"Não consigo precisar quantos mas existem surtos que surgiram em atividades religiosas"
Questionado em relação às recentes notícias da existência de um surto de covid-19 num encontro da Opus Dei, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, afirmou que não consegue precisar "o número exato" mas "existem duas ou três situações", mais concentradas na região de Lisboa e Vale do Tejo.
"Todas as aglomerações de pessoas, em qualquer tipo de eventos em meio fechado, são zonas de risco e devem ser cumpridas todas as orientações globais", recordou Rui Portugal.