Um conjunto de investidores privados portugueses e estrangeiros está há três anos a estudar a possibilidade de construir um aeroporto em Santarém. O Governo e as câmaras municipais da região já conhecem o estudo preliminar do projeto que, alegam, não terá risco ambiental, pode custar menos de mil milhões de euros e abdicará de apoio público.
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Para já, os promotores e os investidores querem manter-se no anonimato, mas há pelo menos três anos que se sucedem reuniões entre os promotores e os parceiros públicos e privados. Ao JN, fonte próxima do processo explicou que a localização exata ainda não está fechada e que o cenário mais provável é que o aeroporto se construa por fases, começando com uma pista com capacidade para cerca de dez milhões de passageiros por ano. Ao longo do tempo evoluiria para três pistas e capacidade para 100 milhões de passageiros, tornando-se a principal alternativa ao Aeroporto Humberto Delgado, de Lisboa.
No estudo preliminar, os promotores preveem a criação de 170 mil novos empregos para um cenário de tráfego entre 30 a 60 milhões de passageiros por ano.
Financiamento próprio
No cenário menos ambicioso em que só uma pista seria construída, o orçamento necessário pode nem chegar a mil milhões de euros. Os promotores garantem que é um equipamento que se financia sozinho por via das taxas aeroportuárias que são pagas pelas empresas de aviação para a utilização do aeroporto. E, asseguram, há empresas estrangeiras de aviação interessadas não só em utilizar o aeroporto como também em participar na elaboração dos estudos e no financiamento para a construção do equipamento.
Os promotores querem o aeroporto perto da autoestrada A1 que liga Lisboa e Porto, bem como da linha ferroviária que liga o norte e o sul, de forma a aproveitar as acessibilidades. Afiançam que a solução não tem problemas ambientais, mas só uma avaliação ambiental estratégica independente o pode comprovar e, sabe o JN, ainda não foi pedida. A elaboração da avaliação pela Agência Portuguesa do Ambiente é o passo seguinte.
Os promotores entendem ainda que a ANA - Aeroportos de Portugal não tem de dar parecer positivo à construção, dado que Santarém fica fora da zona de exclusividade, que é de 75 quilómetros de raio a partir dos aeroportos da ANA.