Retirar terrenos do mercado especulativo para construir casas ou cooperativas de habitação a preços acessíveis já não é uma novidade para vários países europeus. Em Portugal, o modelo ainda não é uma solução. Investigadores do ISCTE crêem que há condições para avançar, mas são precisas verbas e vontade política
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Chama-se "community land trust" (CLT), traduzido à letra um fundo comunitário de terras para uso e propriedade coletiva das terras por parte das comunidades locais. O modelo não-especulativo, com experiências pioneiras nos Estados Unidos e no Reino Unido, tem "dado cartas" ao garantir a habitação acessível de forma permanente, seja para vender ou arrendar, em especial a grupos da população com baixos rendimentos e em zonas urbanas mais populosas.
O JN esteve à conversa com o grupo de investigadores sobre as vantagens e desafios em tornar este modelo uma realidade em Portugal, onde o acesso à habitação é principalmente condicionado pela disparidade entre os preços dos imóveis e das rendas e os salários das famílias.