A proposta final do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) vai ser aprovada esta quarta-feira e contemplará a redução do IRC em um ponto percentual, confirmou o primeiro-ministro. Quanto à carreira política, assegura, acaba quando sair de São Bento. E Marques Mendes "é um dos que encaixa melhor" para as presidenciais.
Corpo do artigo
Em entrevista à SIC, no gabinete do primeiro-ministro, em São Bento, Luís Montenegro assegurou que a proposta do OE 2025 “está fechada”: “O Conselho de Ministros vai reunir amanhã [quarta-feira] e vamos aprovar a proposta final”. Neste momento, acrescentou, “não há mais nada a negociar” com o Partido Socialista (PS).
Segundo Luís Montenegro, este é um orçamento “que se inspira no ímpeto transformador deste Governo”, mas que “incorpora contributos que o PS ofereceu”. Há, no entanto, uma proposta socialista que não foi aceite, que é a do compromisso de não se descer o IRC nos próximos anos: “Não podemos aceitar nos anos subsequentes, propomos que essa discussão seja feita nos orçamentos seguintes”.
Quanto ao IRS Jovem, o Governo propunha a vigência do regime durante 13 anos, o PS propunha sete, mas a proposta do OE 2025 fica a meio caminho, nos dez anos. "Não tenho nenhum problema em assumir que a proposta ficou melhor e mais progressiva do que a inicial", admitiu o primeiro-ministro.
Depois, passou ao ataque contra o PS e contra o Chega. No que toca aos socialistas, lembrou que foi a AD que venceu as eleições e manifestou-se convicto de que o PS vai ter "uma posição democrática de respeito por essa vontade, ainda que tenha ideias muito diferentes".
Quanto ao Chega, apesar do primeiro-ministro se ter reunido em segredo com André Ventura nas negociações para o OE2025, agora diz que "não é possível um diálogo produtivo com quem muda de posição tantas vezes". Para Luís Montenegro, André Ventura "é um cata-vento político".
Deixa a vida política quando sair de São Bento
O chefe de Governo abordou ainda o frágil apoio parlamentar do Governo, assegurando que não governa "a pensar no Parlamento", mas antes "a pensar nas pessoas e no futuro político". Atirou, ainda, um compromisso para o futuro: "Aquilo que estou a fazer será o meu último contributo político". Para clarificar, reforçou: "A seguir a ser primeiro-ministro não serei mais anda na política".
Sobre a privatização da TAP, o Governo está neste momento a auscultar potenciais interessados e "há muitos", assinalou o primeiro-ministro, esclarecendo que, por princípio, defende a privatização total: "O ideal é que nós possamos atingir uma privatização do capital desde que asseguremos as rotas que são estratégicas para nós e o hub em Lisboa. Se isso não acontecer, prefiro manter a situação como está".
No final, instado a comentar se Luís Marques Mendes é um bom candidato presidencial, Montenegro admitiu que "não é o único, mas é um dos que encaixa melhor" no perfil definido na moção estratégica com que se recandidatou e foi reeleito líder do PSD.