O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, Luís Menezes Leitão, considerou, esta quinta-feira, que o Governo deve apoiar os inquilinos afetados pela crise em vez de prolongar o travão à subida das rendas, o que diz que terá um impacto "absolutamente calamitoso", retirando casas do mercado.
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"O que o Governo devia fazer - e nós reconhecemos que há uma crise no setor da habitação - é atribuir subsídios aos inquilinos que são afetados por essa crise, que nem todos o são. Designadamente, no caso dos mais jovens, devia inclusivamente ter estabelecido um programa de apoio ao acesso ao arrendamento, que é uma situação que, atualmente, não existe", defendeu o presidente da Associação Lisbonense Proprietários (ALP), Luís Menezes Leitão, em declarações aos jornalistas, antes de entrar para a reunião das várias associações de proprietários com a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, agendada para esta tarde.
Questionado sobre o que os proprietários irão dizer à governante, Menezes Leitão respondeu que irá reiterar que o resultado do travão à subida das rendas será absolutamente "calamitoso". "Já foi este ano e vai-se agravar no próximo ano se o travão continuar", advertiu
“A consequência que temos de estabelecer um travão em relação às rendas é ter casas completamente fora do mercado e rendas a disparem”, apontou o responsável, lembrando que o corte de mais de 3% na subida das rendas deste ano fez com que o seu valor disparassem mais de 30%. Menezes Leitão defendeu, por isso, que o Governo deve respeitar o princípio de atualização das rendas em conformidade com a inflação.
O representante acusou, por isso, o Governo de permitir que sejam os proprietários a suportar a inflação, defendendo que as medidas que o Governo aprovou esta quinta-feira para apoiar as famílias com crédito à habitação (criando uma nova e renovando duas já existentes), "mostram precisamente o erro que é existir um travão às rendas".
Se o Governo não fizer nada, está previsto que a atualização anual das rendas em 2024 seja de 6,94, mas o primeiro-ministro já revelou que é sua intenção encontrar um "ponto de equilíbrio" entre o mercado e evitar situações de rutura social. O valor do travão só deve ser revelado após o Executivo ouvir as várias associações do setor, sendo que as reuniões irão prolongar-se até sexta-feira.