Providência cautelar contra Avante: "Acredito que não terá qualquer efeito suspensivo"
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que acredita que a providência cautelar contra a Festa do Avante "não terá qualquer efeito suspensivo".
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Decorreu esta quarta-feira a habitual conferência de imprensa de atualização da situação da pandemia de covid-19 em Portugal, com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
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"Há 154 surtos ativos no país", informou a ministra, acrescentando que "de todas as pessoas que foram infetadas há 73,2% que já recuperaram, sendo que só 0,6% foram hospitalizados". "A taxa de incidência para os últimos sete dias é de 15,3 casos por 100 mil habitantes", disse Marta Temido. "O Rt é de 1, para os dias 17 a 21 de agosto, um ligeiro decréscimo, o que significa que temos tido uma média de cerca de 200 casos por dia".
"O número de hoje está acima dos números dos últimos dias, o que poderá significar algum atraso nos registos dos últimos dias. Esperamos que sejam números que se esbatem nos próximos dias", referiu a ministra.
"Os números de hoje e anteriores sublinham a fragilidade das nossas conquistas. Temos tido uma situação acomodável do ponto de vista da resposta do SNS, com um esforço tremendo dos profissionais de saúde e das estruturas envolvidas. Temos a obrigação de manter comportamentos que honrem e respeitem este esforço", apelou Marta Temido.
"Relativamente à providência cautelar contra a Festa do Avante, o ministério apenas tem o conhecimento dessa ação através da comunicação social, portanto não nos é possível pronunciar sobre ela", respondeu a ministra. "Acredito que não terá qualquer efeito suspensivo, mas obviamente que o ministério acata as decisões judiciais", acrescentou.
Sobre o isolamento de crianças institucionalizadas: "Isolar não é abandonar"
Questionada em relação à norma que obriga crianças institucionalizadas a realizarem um período de quarentena, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, recordou que qualquer pessoa que precisa de entrar numa comunidade terapêutica "carece de isolamento".
"A hipótese de um vírus entrar numa dessas instituições vem sempre de fora", sublinhou, acrescentando que, nesse sentido, são seguidas as indicações da Organização Mundial de Saúde (OMS) que apontam para um possível período de incubação do vírus de 14 dias.
Ainda assim, recorda que "isolar não é abandonar". "Seja em instituições para crianças seja para idosos, este isolamento é para proteger", frisou. Não fecha, contudo, a porta a uma eventual revisão da norma, caso se venha a provar que o período de contágio do vírus é inferior a 14 dias.
Quanto às modalidades desportivas, Graça Freitas sublinhou que, em relação aos testes de diagnóstico, "não são tratadas da mesma forma", havendo "estratificação de risco". Assim sendo, a tendência é que se faça testes à covid-19 nas de alto risco, ao contrário do que acontece nas modalidades individuais.
Ainda durante a conferência de imprensa, Marta Temido fez o ponto de situação quanto aos surtos registados nos lares de Santarém e Setúbal. Em Santarém, contabilizam-se 20 residentes e seis funcionários positivos. Os utentes não infetados foram transferidos para outra instituição, sendo que, neste momento, o lar está a ser alvo de uma desinfeção.
No lar de Setúbal registam-se dois óbitos e 76 casos ativos de covid-19 entre residentes e funcionários.
Portugal regista esta quarta-feira mais dois óbitos por covid-19 e 362 novos casos de infeção. Conseguiram recuperar da doença mais 163 pessoas.
A Direção-Geral da Saúde contabiliza um total de 1807 mortes associadas à covid-19, desde o início da pandemia, em março, e 56274 casos confirmados de infeção. Até agora conseguiram recuperar da doença 41184 pessoas.
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