Uma ampla maioria da Comissão Nacional do PS aprovou, este sábado, a proposta de programa para um futuro executivo suportado também por BE, PCP e PEV, mostrando-se "confiante" num apoio "maioritário, estável e duradouro" no Parlamento.
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Entre os militantes presentes, 163 votaram favoravelmente, dois abstiveram-se e sete votaram contra. Segundo fonte partidária, houve 36 intervenções na discussão, além do secretário-geral, António Costa, das quais oito pronunciaram-se contra a orientacao do líder.
A Comissão Nacional do PS "congratula-se pelos resultados já alcançados até ao momento nas negociações com o BE, o PCP e o PEV", aprovando "o documento Programa de Governo para a XIII Legislatura, no qual se procede à consolidação no programa eleitoral do PS do conjunto das alterações resultantes das negociações com BE, PCP e PEV", lê-se em comunicado, o qual mantém a intenção de apresentar uma moção de rejeição do programa governamental do elenco liderado por Passos Coelho e Paulo Portas.
"O PS está confiante de que BE, PCP e PEV darão consequência às posições publicamente assumidas sobre a existência de condições para a formação de um novo Governo com suporte parlamentar maioritário, estável e duradouro", afirma-se no documento.
Segundo o texto aprovado, "só assim se dará plena conclusão a um processo de diálogo e negociação que todos os partidos conduziram com boa-fé, lealdade e empenho, com o objetivo de garantir a melhoria da condição de vida dos portugueses".
O comunicado explicita que "foi possível chegar a um acordo" com bloquistas, comunistas e ecologistas "em torno de medidas" como "salários, incluindo salário mínimo e pensões", "emprego e luta contra a precariedade", "fiscalidade direta e indireta", "condições laborais na administração pública", "melhoria dos serviços públicos de saúde, educação e ensino superior", "sustentabilidade da segurança social" e "concessões e privatizações".
O PS reúne ainda domingo a sua Comissão Política, pelas 21.30 horas, na sede nacional do largo do Rato. O PCP também terá o seu Comité Central reunido durante o dia, no edifício da rua Soeiro Pereira Gomes, e o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, dará uma conferência de imprensa pelas 19 horas.
Confrontado com o facto de só no domingo o PCP, na sequência de uma reunião do seu Comité Central, poder dar por fechado o acordo político com o PS, António Costa respondeu: "Todos os dias são importantes".
Em relação ao resultado da reunião da Comissão Nacional do PS, o secretário-geral socialista disse encará-lo "com satisfação, já que significa que há uma unidade muito grande no PS em torno da solução que está a ser construída".
"Isso, em si, é um fator muito positivo, porque esta solução de formação de um Governo exige estabilidade e requer que exista num horizonte de uma legislatura. Nestas circunstâncias, esta solução precisa naturalmente de um apoio muito claro do PS. Acho que na Comissão Nacional do PS houve um debate muito enriquecedor", afirmou António Costa.