O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, defendeu, esta quinta-feira, que o Governo socialista, "felizmente para os portugueses, não se inspira no PSD" para as suas propostas de apoio, lembrando os tempos da 'troika' e rejeitando a austeridade.
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"Há uma mensagem que gostaria de transmitir ao PPD-PSD e em particular ao seu líder, o doutor Luís Montenegro: o Governo e o PS não precisam de se inspirar nas suas propostas para ajudar os portugueses", defendeu João Torres, secretário-geral adjunto do PS, na sede do partido, em Lisboa.
O dirigente socialista respondia às críticas do presidente do PSD, Luís Montenegro, que na quarta-feira congratulou-se com o anúncio do primeiro-ministro do pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros aos mais desfavorecidos - hoje aprovada em Conselho de Ministros - considerando que vem "dar razão àquilo que o PSD disse há meio ano".
"Quando o doutor António Costa se inspira nas ideias do PSD, ele faz algumas coisas bem feitas. Quero saudar o doutor António Costa por dar razão àquilo que o PSD lhe disse há quase meio ano", afirmou Luís Montenegro.
João Torres recusou esta ideia, sustentando que "o PPD/PSD desde a primeira hora o que sugeriu foi a dinamização de um vale alimentar, um vale de supermercado", ideia rejeitada pelo PS e que "prossegue uma certa tradição mais bafienta da direita, que desconfia da forma como os cidadãos utilizam os seus rendimentos".
O secretário-geral adjunto acrescentou que "se o PS se inspirasse no PSD para prosseguir o apoio às famílias no país o que estaria a fazer seria cortar salários e pensões, porque foi isso que a direita fez na crise da 'troika' [governação PSD-CDS]".
"Nós não nos esquecemos, nem permitiremos que seja esquecida, a abordagem da direita a essa crise tão dura e tão difícil para os portugueses, em que a uma crise, as políticas públicas dinamizadas somaram uma crise social com consequências que todos nós conhecemos. Felizmente para os portugueses, com o PS, não só se rejeita e se continuará a rejeitar austeridade, como não precisamos da inspiração de um dos momentos mais difíceis que atravessámos na nossa história recente", sublinhou.