PSD aplaude alerta de Marcelo para eventual "desaproveitamento terrível" de fundos europeus
O presidente do PSD, Luís Montenegro, enalteceu, este domingo, as declarações do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dirigidas à Ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, por causa da possível má execução dos fundos comunitários.
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Afirmou que o partido estará atento e fará o seu papel como oposição, "de escrutínio e fiscalização" do Governo do Partido Socialista. "Ainda ontem o Senhor residente da República alertava e bem para aquilo que pode vir a ser um desaproveitamento terrível das oportunidades de financiamento extraordinárias que nós temos à nossa disposição", comentou, referindo que Portugal "tem um dos piores desempenhos a nível europeu" do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com o qual, considerou que o Governo está a procurar "financiar as suas próprias obras, mas nem isso está a conseguir fazer".
"A taxa de execução que andava nos 800 milhões de euros, a Ministra da Presidência disse agora há um dia ou dois, que tinha a atingido os mil milhões como se fosse uma grande marca, mas são mil milhões de mais de 16 mil milhões e nós já tivemos um reforço de mais 1800 milhões, pela pior razão, por estarmos mais atrasados", declarou Luís Montenegro em Viana do Castelo, na cerimónia de tomada de posse dos órgãos distritais, que assinala também o arranque do programa "Sentir Portugal em...", que o levará a percorrer a região do Alto Minho até à próxima quinta-feira.
Ainda sobre o PRR, Luís Montenegro, afirmou que tem ouvido queixas sobre "o excesso de burocracia" e acusou o Governo "de não estar a saber organizar-se de maneira a incentivar os promotores, os investidores, a poderem levar por diante os seus projetos". "Essa parte, o Senhor Presidente da República não se pronunciou sobre ela e então que quero aqui acrescentar que é preciso executar, cumprir e simplificar", disse, acrescentando: "Quero lançar aqui um apelo firme ao Governo: execute, retire burocracia, simplifique, responsabilize com certeza, fiscalize a utilização destes recursos".
E sublinhou que o partido fará o seu papel como oposição. "Nós não vamos dar descanso ao Partido Socialista", afirmou o líder nacional do PSD, concluindo: "Sabemos onde está necessidade de convergir, de ter responsabilidade e de não ultrapassar determinados limites, que são só do interesse nacional. Agora se nos querem tentar silenciar ou amenizar a nossa energia enquanto oposição à conta disso, vão bater a outra porta, porque nós vamos estar aqui todos os dias, todas as semanas, todos os meses, até ao fim deste mandato, a fiscalizar e a escrutinar o Governo, a sua ação e sobretudo a sua omissão".