A Comissão Política Nacional do PSD aprovou, esta quarta-feira, a candidatura da advogada e ex-comentadora televisiva Suzana Garcia à Câmara Municipal da Amadora, numa reunião em que ainda não ficou fechado o processo em Oeiras.
Corpo do artigo
O nome de Suzana Garcia, que tinha sido proposto pelas estruturas locais, foi homologado pela direção alargada, numa reunião que começou na terça-feira à noite e terminou já hoje de madrugada, disseram à Lusa fontes sociais-democratas, confirmando o que já tinha sido avançado pelo JN.
No caso de Oeiras, a concelhia e a distrital de Lisboa já aprovaram o apoio ao movimento independente encabeçado por Isaltino Morais, mas a decisão ainda não foi homologada na reunião de hoje da Comissão Política. O PSD irá apresentar oficialmente, ainda durante o dia de hoje, mais um conjunto de candidatos autárquicos, dos cerca de 70 que faltam para os sociais-democratas completarem o processo no Continente, uma vez que na Madeira e Açores as estruturas regionais têm autonomia.
A candidata do PSD à Amadora, Suzana Garcia, é advogada e foi comentadora da TVI, onde manifestou posições polémicas como o apoio à castração química para pedófilos reincidentes, que tem sido defendida em Portugal pelo partido Chega.
De acordo com a revista Visão, a advogada foi convidada pelo partido liderado por André Ventura para uma candidatura autárquica, que recusou. No Twitter, o líder do Chega elogiou na semana passada a escolha de Rui Rio para a Amadora, numa altura em que Suzana Garcia ainda não tinha sido confirmada pela direção do PSD.
O atual presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, foi militante do PSD até 2005, ano em que se desfiliou por o partido - então liderado por Marques Mendes - não ter apoiado a sua recandidatura à Câmara de Oeiras por ser arguido em processos de corrupção passiva, fraude fiscal, branqueamento de capitais e abuso de poder. O autarca foi condenado a dois anos de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais e acabou por cumprir cerca de um ano de prisão efetiva entre 2013 e 2014 e o resto da pena em liberdade condicional.
Nos últimos meses, e quando questionado sobre a possibilidade de o PSD vir a apoiar Isaltino Morais, o presidente do partido, Rui Rio, desvalorizou a questão dos antecedentes criminais, considerando que o autarca já tinha cumprido a sua pena. "Em Portugal, penso que não há prisão perpétua, foi condenado, cumpriu a pena, saiu, tem direito à vida", referiu em julho do ano passado, em entrevista à RTP.