No total, 313 unidades vão receber 635 milhões de euros para o período 2025-2029. Oito politécnicos com 16 centros Excelente ou Muito Bom, condição para a outorga do grau de doutor
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Os resultados, ainda que provisórios, da avaliação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) às unidades de investigação & desenvolvimento (I&D) já são conhecidos e confirmam a excelência da Ciência que se faz em Portugal. De um universo de 336 candidaturas, 40% dos centros receberam a classificação máxima de Excelente, contra 31% na avaliação de 2019. E 35% foram classificados com Muito Bom. No total, serão distribuídos 635 milhões de euros, 110 milhões do quais por via da reprogramação do Programa de Recuperação e Resiliência, para o período 2025-2029, mais 22% face ao financiamento anterior.
A informação acaba de ser divulgada nesta terça-feira pelo Ministério da Ciência e Inovação (MECI) e pela FCT, com o gabinete de Fernando Alexandre a destacar que os resultados agora alcançados “demonstram um elevado nível de maturidade e de qualidade do Sistema Científico e Tecnológico Nacional”. Foram então submetidas 336 candidaturas, das quais 93% conseguiram financiamento.
Com a fatia de leão – 489 milhões de euros – a ser distribuída pelas 135 unidades de I&D classificadas com Excelente. No topo dos centros com maior volume de financiamento, de acordo a listagem consultada pelo JN, está o Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (14,7 milhões, com 277 investigadores doutorados integrados), seguido de perto pelo i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (14,3 milhões e 415 investigadores doutorados) e pelo recém-criado RISE – Health (12,4 milhões, com 637 investigadores doutorados).
De acordo com a FCT, do universo de unidades avaliadas, “79 subiram de classificação, 46 desceram de classificação, 167 mantiveram a classificação e 43 são novas”. Com 75% a obterem uma classificação de Excelente ou Muito Bom, que compara com 64% na avaliação de 2019. Centros que, sublinha o MECI, “acolhem 85,4% dos membros integrados envolvidos nas candidaturas, de um total de 21.832 investigadores doutorados, verificando-se um aumento de 12% em relação à avaliação anterior”.
Uma avaliação que se reveste de especial importância para os institutos politécnicos, uma vez que a outorga do grau de doutor implica que as instituições tenham 75% dos seus docentes de doutoramento em unidades com classificação mínima de Muito Bom. Dos 313 centros de investigação avaliados, 33 têm como entidade de gestão principal um instituto politécnico. Sendo que oito acolhem 16 centros unidades de I&D classificadas com Muito Bom ou Excelente.
No processo de avaliação estiveram envolvidos mais de 315 avaliadores internacionais, num total de 29 painéis disciplinares, provenientes de instituições científicas e académicas de 35 países. De referir, por último, que das 313 unidades que conseguiram financiamento, 203 são geridas por universidades.