António José Morgado afirma que "não se consegue renovar a atividade agrícola" devido à burocracia.
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António José Morgado, 34 anos, é candidato a jovem agricultor em Freixo de Espada à Cinta. Na verdade, já está na fila há algum tempo. Uma fila lenta, cheia de obstáculos difíceis de contornar, "à espera que saia o projeto para ver se tem financiamento ou não".
Só que o projeto para plantar amendoeiras é para um terreno de 25 hectares no Parque Natural do Douro Internacional. E tal como a ele, a situação "tem condicionado muito outros agricultores".
"Em maio de 2017 pedi um parecer ao parque sobre os sobreiros que poderia cortar e ainda estou à espera de resposta". O mesmo se passa em relação a outros dois pareceres pedidos em agosto para outras parcelas. Por outro lado, já foi alvo de uma contraordenação por ter mobilizado a terra de uma zona onde arderam pinheiros e alguns sobreiros, cujos restos foram amontoados a um canto. "Se tivesse agido de má-fé tinha-os feito desaparecer e não tinha semeado feijão-frade para alimentar algumas espécies de animais".
António Morgado chega à conclusão que "não vale a pena investir", porque, afinal, "está-se sempre preso por nada". "Basta nascer um sobreiro de forma espontânea para deixarmos de ter acesso à terra. Só podemos plantar se alguém nos deixar", protesta. Está convencido que "90% dos agricultores de Freixo, para não dizer 100%, não creem que o parque tenha sido benéfico".