O secretário-geral do PCP saudou a chegada dos ativistas portugueses que integraram a flotilha destinada a Gaza e pediu que mobilização da população portuguesa pela Palestina continue.
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Em declarações aos jornalistas durante a tradicional arruada na Rua de Santa Catarina, no Porto, Paulo Raimundo salientou que os quatro ativistas chegaram "aparentemente bem fisicamente", apesar de "certamente cansados e com uma grande pressão".
"Isso é um aspeto muito positivo", frisou Paulo Raimundo, que defendeu que agora é necessário que a mobilização do povo português em prol da causa palestiniana se "continua a afirmar".
"Há três aspetos fundamentais que são precisos resolver de imediato: o cessar-fogo e o fim do genocídio, o reconhecimento dos direitos nacionais do povo da Palestina e a entrada imediata de ajuda humanitária", disse.
Para o secretário-geral do PCP, o Governo português tem "de fazer tudo para que isso se conquiste e não andar enrolado atrás das agendas dos outros que não são as agendas do povo português".
Foto: JOSÉ COELHO/LUSA
Questionado se lhe parece que deveriam ter estado presentes membros do Governo na receção dos ativistas em Lisboa, Paulo Raimundo respondeu: "Eu se fosse algum daqueles quatro portugueses que chegaram ontem [domingo], se calhar desejava ver toda a gente, menos alguém do Governo". "Acho que não era bem essa a vontade daquelas quatro pessoas. Era ver os seus amigos, os seus companheiros", disse.
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Sobre se acha que o movimento gerado à volta da flotilha pode efetivamente ajudar o povo palestiniano, Paulo Raimundo reiterou que, ao longo dos últimos meses, tem havido um "amplo movimento de apoio e solidariedade" com a causa palestiniana e defendeu que "esse movimento é para continuar".
"Esta iniciativa foi uma ação que acabou por dar centralidade e voltou a colocá-la do ponto de vista da agenda. Ainda bem que os portugueses chegaram bem. Infelizmente o genocídio continua na Palestina. Isso é que é a questão fundamental e eu estou convencido que é o que está no centro das preocupações de todos, e em particular daqueles quatro portugueses", referiu.
Os portugueses que fizeram parte da flotilha humanitária Global Sumud aterraram esta domingo à noite no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde eram aguardados por familiares e apoiantes pró-Palestina.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves estavam detidos, em Israel, desde a noite de quarta para quinta-feira passada, quando as forças israelitas intercetaram as cerca de 50 embarcações da Flotilha Global Sumud, que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.