O secretário-geral da CGTP defendeu que "é preciso em primeiro lugar provar" se o ministro Vieira da Silva, que desempenhou funções de vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas, está envolvido no caso para que sejam tomadas medidas.
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"É preciso em primeiro lugar provar que o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, está envolvido num processo ilícito ou que viola determinado tipo de regras do ponto de vista económico, pessoal e político. Só depois desta prova ser evidente é que se deve tomar as medidas", defendeu Arménio Carlos.
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O secretário-geral da CGTP, que falava à agência Lusa à margem do encontro nacional "Combater as Assimetrias Regionais - Pelo Progresso Social e a Coesão Territorial" promovido em Portalegre pela estrutura sindical, acrescentou ainda que o ministro, do ponto de vista pessoal, deverá determinar se tem ou não condições para desempenhar as suas funções.
"Relativamente à posição pessoal do ministro, é ele que tem de determinar se continua a reunir as condições para prosseguir ou não. Se entender que não tem condições sai, se entender que tem condições continua", disse.
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De acordo com o secretário-geral da CGTP, a "questão de fundo" neste caso não passa por "procurar cabeças, rolar cabeças", defendendo que o inquérito que está em curso deverá "apurar com toda a transparência e frontalidade" aquilo que se passou.
O primeiro-ministro, António Costa, disse manter "total confiança política" no ministro Vieira da Silva, considerando que o facto de ter sido vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas não macula "de alguma forma" a sua excelente atividade governativa.
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Uma reportagem divulgada no sábado pela TVI deu conta de alegadas irregularidades nas contas da Raríssimas, levando à demissão da presidente da associação, Paula Brito e Costa, por suspeita de utilizar fundos da instituição para fins pessoais.
A TVI avançou ainda que o agora ex-secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado colaborou com a associação como consultor em 2013 e 2015 e que o atual ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, assinou as contas da associação enquanto membro da assembleia geral.
Na terça-feira tanto Paula Brito e Costa como Manuel Delgado apresentaram a demissão dos cargos.
A denúncia da reportagem da TVI levou ainda a uma fiscalização da Inspeção Geral do Trabalho, que está na Casa dos Marcos, Moita - instituição onde funciona a Raríssimas - desde quarta-feira