O caso Raríssimas está a gerar reações dos vários quadrantes. A oposição exige respostas ao governo.
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PSD exige ouvir o ministro Vieira da Silva antes do fim de semana
O PSD exigiu esta quinta-feira que o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, dê explicações no parlamento sobre o caso Raríssimas até sexta-feira, considerando que o Governo "não pode ir de fim de semana" sob "este manto de suspeição".
Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anunciou que já pediu ao presidente da Comissão de Trabalho que a audição do ministro, aprovada na quarta-feira, seja marcada "com caráter de urgência", ainda para esta semana.
CDS-PP considera "inqualificável" que o primeiro-ministro continue "calado"
O eurodeputado e vice-presidente do CDS-PP, Nuno Melo, considerou que "Portugal tem um primeiro-ministro absolutamente insensível e impreparado para a função", afirmou à agência Lusa, em declarações a partir de Estrasburgo.
Para o "vice" dos centristas, é "inqualificável" que António Costa ainda não tenha falado sobre a questão da associação Raríssimas, que já provocou a demissão do Secretário de Estado da Saúde e está a pôr "em causa" o ministro da Segurança Social. "Não é normal que cada vez que há uma crise no Governo, o primeiro-ministro esteja no estrangeiro", sublinhou.
BE insiste em audições no parlamento num alerta "mais profundo" sobre IPSS
O BE defende que o caso leva a um alerta "mais profundo" sobre a fiscalização à cooperação do Estado com instituições de solidariedade e insistiu na audição da secretária de Estado da Segurança Social.
"Este caso levanta um alerta muito mais profundo. É preciso haver toda a investigação sobre este caso, mas nós perderíamos uma oportunidade, se este alerta que é lançado a partir deste caso não contribuísse para discutirmos um problema mais profundo, que é a fiscalização dos protocolos de cooperação da Segurança Social com instituições privadas", defendeu o deputado José Soeiro, em declarações aos jornalistas no parlamento.
O BE vai insistir, na quarta-feira, na comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social para que sejam agendadas as audições já aprovadas em julho da secretária de Estado da Segurança Social e responsáveis da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, União de Misericórdias e União das Mutualidades.
PCP quer investigação e mais fiscalização
O PCP defendeu uma investigação e esclarecimento do caso e pediu a fiscalização deste tipo de apoio, concluindo que "o que melhor defende os interesses dos utentes, o direito à saúde, é a gestão pública dos serviços".
"Lógicas de privatização, de entrega de funções que são da responsabilidade do Estado a outros não são a melhor solução para garantir direitos dos utentes", insistiu a deputada.
A deputada Paula Santos defendeu ainda que, na fiscalização, "devem ser tomadas medidas que reforcem essa função" para garantir que um apoio que é dado a uma instituição de solidariedade "é utilizado para o fim" que foi atribuído.