Reconstruir depois do fogo. "Passo a noite às claras a pensar como fazer a casa"
Famílias afetadas pelos incêndios de setembro querem celeridade nas ajudas para retomarem a vida. A região Centro recebeu 68% dos montantes.
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Mário Conde equilibra-se em cima de telhas partidas e entulho no meio daquilo que até setembro foi a sua casa. As chamas levaram-na e Mário e a mulher não tiveram outro remédio senão fugir, deixando tudo para trás. “O fogo veio e criou-se um redemoinho. Não deu hipótese. Ficamos com a roupa do corpo”, recorda. Antes, ainda queimou uma “orelha” a tentar salvar o cão. Não alcançou o lugar onde estava, mas o animal conseguiu escapar e já recuperou das patas magoadas.
Mostra as paredes negras, sem telhado a cobri-las. Aponta uma racha. Morava ali, no lugar de Fontão, em Angeja, Albergaria-a-Velha, há “mais de 30 anos”, numa casa que a família conseguiu “ir levantando um bocadinho de cada vez. Um tijolo hoje, outro amanhã. Estávamos bem”, frisa.