Recrutar novos 250 médicos de família para o SNS seria um "sucesso", diz ministro
O ministro da Saúde admitiu, esta segunda-feira, a dificuldade do SNS em dar acesso a equipas de saúde familiar aos utentes dos cuidados de saúde primários.
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O ministro da Saúde reconheceu, esta segunda-feira, que se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) conseguir contratar entre 200 a 250 médicos no concurso para recém-especialistas de medicina geral e familiar será "um ano de sucesso" no processo de recrutamento. Manuel Pizarro recordou ainda aos jornalistas que serão abertas cerca de 970 vagas no concurso para os recém-especialistas naquela área. Há mais de 1,6 milhões de pessoas sem médico de família em Portugal.
"As pessoas precisam da resposta no momento e eu compreendo (...) e nós com seriedade não podemos dizer que vamos resolver esse problema de um dia para o outro, mas há uma coisa que eu não tenho nenhuma dúvida é que vamos melhorar esses resultados", disse o governante, à margem da inauguração da unidade de saúde mental comunitária de Loures. Pizarro lembrou que foram admitidos, este ano, 507 internos para formação na especialidade de medicina geral e familiar.
O presidente da câmara municipal de Loures, Ricardo Leão, disse ao ministro da Saúde, na cerimónia de inauguração, que ainda há cerca de 60 mil pessoas no concelho sem médico de família. No país, já são mais de 1,6 milhões de pessoas sem um clínico atribuído no centro de saúde. Manuel Pizarro admitiu que o "SNS tem uma dificuldade em matéria de pessoas sem acesso a equipa de saúde familiar".
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Sindicatos divididos
Sobre as equipas dedicadas às urgências, um tema que tem dividido os sindicatos, o ministro apontou que o Governo está "num processo negocial de boa-fé". "Envolve propostas, contrapropostas e um diálogo" que deve ser feito com "a devida tranquilidade" com as estruturas sindicais, disse. Contudo, Pizarro considerou que a criação daquele modelo "é um avanço" porque "todos reconhecem a importância de haver equipas de profissionais dedicados à urgência".
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) referiu esta segunda-feira, em comunicado, que o princípio de acordo com o Governo para as equipas dedicadas de urgência é "voluntário e reversível". "Ocorre por um ou dois ciclos de três meses anuais, idealmente rotativos", apontaram. A posição do SIM surge depois da Federação Nacional dos Médicos ter recusado a proposta do Governo, por considerar que promove "o cansaço e o burnout" dos clínicos.
Greve pára ambulâncias em todo o país
O presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar disse, esta segunda-feira, que os efeitos da greve às horas extraordinárias, que irá decorrer por tempo indeterminado, fizeram-se sentir em todo o país. O ministro da Saúde reconheceu a atividade "muito dura" dos técnicos de emergência pré-hospitalar e diz estar à procura de um modelo de compensação adequado.