O rendimento real das famílias na Europa desceu quase 2%, tendo a subida dos preços da energia e da alimentação um grande impacto na inflação. Em Portugal, em relação a 2021, mais 7,9% das famílias não conseguiu manter a casa quente no inverno.
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Apesar dos números apontarem para uma subida do rendimento nominal de 6,8% em 2022, tendo a maioria dos países apresentado uma subida positiva em relação ao ano anterior, em termos reais foi bem diferente.
De acordo com as estatísticas da Eurostat, entre 2021 e 2022, o rendimento real das famílias baixou 1,9% devido à subida da inflação, tendo atingido valores negativos na maioria dos países.
A nível global da UE, a inflação atingiu os 9,2 pontos percentuais em 2022. Os bens essenciais registaram subidas ainda maiores (16,8%), contribuindo em mais de 50% do total da inflação. O setor da eletricidade, gás e combustíveis foi um dos principais fatores do aumento da inflação, tendo em alguns países atingido uma variação de preços de 70%. Seguiu-se o setor da alimentação e das bebidas sem álcool que contribuiu com 30% da inflação total em Portugal e em Espanha, por exemplo.
Maior impacto nas famílias mais pobres
A subida da inflação teve ainda mais impacto nas famílias com rendimentos mais baixos. Na maior parte dos países, o risco de pobreza aumentou 5%, sendo que em países como a Estónia, a Letónia e nos Países Baixos o aumento foi ainda maior. Já na Áustria, na Polónia, na Roménia, na Bulgária e na Hungria a taxa do risco de pobreza diminuiu 0,5%.
Manter a casa aquecida foi um dos grandes desafios para as famílias mais pobres devido à subida dos preços e da crise energética. Em Portugal, por exemplo, mais 7,9% das famílias não conseguiu manter a casa aquecida face a 2021.