O ministro da Saúde garantiu que a reorganização das urgências de pediatria na região de Lisboa e Vale do Tejo não se vai assemelhar ao que foi feito no Porto, que tem uma resposta melhor nos cuidados primários.
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"Não vamos fazer nada que se assemelhe com o que foi feito no Porto, pois reconhecemos que é um processo que tem de estar alicerçado a um fortalecimento dos cuidados de saúde primários", afirmou Manuel Pizarro.
O governante, que falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde está a ser ouvido sobre a reorganização dos serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia na região de Lisboa e Vale do Tejo, assim como nos serviços de psiquiatria e nível nacional e das urgências gerais, reconheceu que o modelo de urgência pediátrica do Porto "funciona bem".
"Havia três urgências, agora há só uma e funciona de forma organizada", disse Manuel Pizarro, apontando a fusão das urgências pediátricas dos hospitais de Santo António, Maria Pia e São João.
Quanto às urgências pediátricas de Lisboa e Vale do Tejo, cujo plano de funcionamento está a ser trabalhado pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), afirmou: "Não antecipemos o debate. Do ponto de vista técnico, temos propostas dos profissionais que são bastante mais radicais do que o que a Direção Executiva está a preparar".
"Isto nada tem que ver com o encerramento das urgências de pediatria de Loures", afirmou o responsável, sublinhado que tal decisão foi imposta pela carência de profissionais no hospital.
Segundo explicou, "o diretor do serviço de pediatria de Loures disse que, últimos três anos - e isto nada tem que ver com a PPP, que terminou há menos de um ano - cada pediatra fez mais de 700 horas extra [limite legal], o que explica a exaustão que motivou esta situação".